São Paulo, quarta-feira, 29 de setembro de 2004

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TRANSPORTE

Marta amplia verba a empresa de ônibus em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo aumentou neste mês o repasse de verbas às empresas de ônibus que operam na cidade para pagar as gratuidades, viagens de idosos, estudantes e desempregados.
O valor desembolsado em setembro foi de R$ 27,4 milhões, segundo o Sistema de Execução Orçamentária da prefeitura. É um aumento de 22,6% em relação a agosto e um crescimento de 61,5% sobre o gasto mensal nos meses anteriores à implantação do bilhete único -que permite um número ilimitado de viagens com apenas uma passagem num período de duas horas.
Para o vereador Ricardo Montoro (PSDB), o aumento do repasse revela "o custo real" do bilhete único, uma das principais peças da campanha de reeleição da prefeita Marta Suplicy (PT).
"A cidade está pagando R$ 10,4 milhões a mais por mês. É um subsídio transvestido de gratuidade. É o custo do bilhete único que a prefeitura está escondendo", afirma Montoro, que afirma esperar uma resposta da prefeitura sobre o impacto do bilhete único nas contas do município.
José Evaldo Gonçalo, presidente da SPTrans (que gerencia o transporte na capital), nega que o aumento das gratuidades seja resultado de subsídios ao novo programa, implantado em maio. Para ele, há duas razões: o aumento do número de viagens e a mudança no pagamento às cooperativas, os antigos perueiros.
Em abril, a SPTrans contabilizou 109 milhões de viagens. Em agosto, já com o bilhete único, o número saltou para 166 milhões. "Como ficou mais barato, cresceu o número de usuários e também o número de viagens de idosos e estudantes. Tivemos de aumentar nosso pagamento para cobrir a despesa extra", afirma Gonçalo.
O outro motivo, diz ele, é o fim da taxa de R$ 6 milhões paga pelas cooperativas. "Essa mudança já estava prevista. O orçamento para este ano, de R$ 280 milhões, também. Não oneramos mais a prefeitura." Para ele, as especulações de que o custo do bilhete tende a crescer são infundadas. "Na proposta de orçamento para 2005 (que chega à Câmara até amanhã) prevemos o mesmo gasto deste ano." (FABIO SCHIVARTCHE)


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