DA REPORTAGEM LOCAL

No Estado de São Paulo, um civil foi morto a cada 17 horas pela Polícia Militar em supostos confrontos no primeiro semestre desse ano. São 254 mortes no total. Em 2003, a média no mesmo período foi de uma pessoa a cada 11 horas. Para a Secretaria da Segurança Pública do Estado, os números mostram uma tendência de queda.
O advogado Ariel de Castro Alves, do Movimento Nacional de Direitos Humanos afirma, porém, que essa tendência não pode ser considerada real. "Os números continuam muito altos e a queda é pontual."
No total, em 2003, foram registradas 756 mortes, 39,74% a mais do que em 2002, quando registraram-se 541 mortes, uma a cada 16 horas.
Para a Ouvidoria da Polícia de São Paulo, a atual queda não decorre de uma melhora na política de segurança, mas da repercussão de casos como o do dentista Flávio Sant'Ana, morto por PMs em fevereiro.
Alves diz ainda que "tem percebido a intensificação dos abusos de policiais em bairros periféricos". A suspeita de envolvimento de PMs no massacre de moradores de rua no centro de São Paulo (dois estão presos), para ele, é uma prova de que a situação da segurança pública está fora de controle.
A secretaria sustenta a afirmação de que os números comprovam a tendência de queda e diz que o caso dos moradores de rua está sendo investigado com colaboração da Corregedoria da PM. (MAYRA STACHUK)


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