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Cursos contestam dados de exame da OAB
Facamp diz ter aprovado 88,9% de seus alunos nos exames do 1º semestre; Unip diz que dados divulgados não conferem com resultados
As faculdades alegam, por exemplo, que a ordem incluiu na divulgação do resultado notas de alunos que ainda não haviam concluído o curso
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Duas faculdades de direito
-Facamp e Unip- contestam
os dados de aprovação do exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). A aprovação
na avaliação é requisito para o
bacharel poder advogar.
A Facamp, de Campinas, diz
que 88,9% de seus alunos foram aprovados nos dois exames que ocorreram no primeiro semestre. Baseada em dados da ordem, a Folha publicou, no
dia 18, que o índice de aprovação da faculdade foi de 61%.
Um dos equívocos, segundo a
Facamp, decorre da soma, para
o cálculo da porcentagem, de
candidatos que participaram
dos dois exames do primeiro
semestre (janeiro e maio).
Alunos reprovados no primeiro exame e no segundo teriam sido contados duas vezes.
No primeiro, a Facamp teve
um índice de aprovação de
64,86%; no segundo, 52,94%.
A OAB disse ontem à Folha
que o correto é calcular o índice de aprovados separadamente. No índice de 61% não foi feita essa separação.
A Facamp diz ainda que a
OAB, ao elaborar os índices de
aprovação, considerou como
candidatos alunos que ainda
não haviam concluído o curso
-os chamados treineiros.
Segundo o presidente da comissão de ensino jurídico da
OAB, Adilson Gurgel, a ordem
proibiu que treineiros fizessem
o exame. Os candidatos, no entanto, só têm que comprovar a
conclusão do curso após a divulgação do resultado.
A Folha indagou à OAB-SP,
que havia repassado os dados
para a OAB federal, quantos
alunos da Facamp se inscreveram nos dois exames, mas foi
informada de que só é possível
saber o total de inscritos -54.
Para a Facamp, nesse número
há alunos que foram reprovados no primeiro exame ou que
não tinham concluído o curso à
época do exame. A faculdade
diz que 36 formados fizeram as
provas (32 foram aprovados).
Unip
A Unip (Universidade Paulista), em nota, diz que os dados
do exame da ordem divulgados
anteontem pelo Ministério da
Educação e pela OAB "não conferem com os resultados obtidos nos exames da OAB-SP".
Três cursos da Unip em três
cidades de São Paulo foram colocados na lista dos 37 cursos
ruins, com baixa avaliação no
Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) e índice de aprovação no exame da
OAB menor do que 10%.
A Unip diz que no exame de
maio todas as suas unidades tiveram 20% de aprovação. O
MEC, por sua vez, considerou o
índice de aprovação no primeiro exame ocorrido do ano, realizado em fevereiro.
A pasta diz que optou por levar em conta o primeiro exame
feito em São Paulo porque ele
ocorreu ao mesmo tempo em
que o exame unificado, aplicado em 17 Estados. A pasta ressaltou ainda que as faculdades
que terão de passar por um processo de supervisão foram escolhidas com base em dados do
Enade, e não do exame da OAB.
Para o diretor da Unip, José
Nasser, o certo seria utilizar os
números mais recentes. De
acordo com os dados da OAB, a
Unip da capital teve índice de
aprovação de 9,37% no exame
ocorrido em janeiro e de
21,55% no exame de maio.
Já a Unip de Santana do Parnaíba (SP), também na lista das
37 faculdades com baixa avaliação no Enade e índice de aprovação na OAB menor do que
10%, aprovou, segundo a ordem, 8,7% dos alunos no primeiro exame e 27,91% no outro. Também na lista das 37, a Unip de São José dos Campos
teve índice de aprovação 5,83%
na primeira avaliação e de
23,47% na segunda.
As três unidades tiveram
conceito Enade, que avalia os
alunos, e conceito IDD, que
mede o conhecimento agregado pela universidade ao estudante, menores do que 3, em
uma escala de um a cinco.
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