São Paulo, sábado, 29 de setembro de 2007

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Manicure diz que marido não reclama por ela sustentar casa

DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Casada, duas filhas, a manicure Luciene Oliveira dos Santos, 35, ganha cerca de três vezes mais que o marido, auxiliar de almoxarifado no Detran (Departamento Estadual de Trânsito) em São Paulo. Sabe que quase todo o sustento da família depende dela, mas não reclama e até gosta.
"Eu não posso nem pensar em parar de trabalhar. Não daria para pagar as contas", afirma. "Só que não tenho problema com isso. Hoje a mulher tem de ser independente, tem de ajudar o marido e se virar."
Para a manicure, a época em que a mulher ficava em casa acabou há muito tempo. "Falo para as minhas filhas que elas vão precisar ter a profissão delas para poderem se sustentar sozinhas e até para ocuparem a cabeça. Trabalhar é ótimo", diz. "Acho que depender de marido não é bom para o casamento, nem se ele tiver dinheiro."
Luciene trabalha cinco dias por semana e conta que ganha, no mínimo, R$ 1.200 por mês. Ela não é registrada. O marido é contratado por R$ 600, mas acaba recebendo apenas R$ 400 por causa dos impostos descontados.
"Não temos nenhum problema com essa questão do salário. Conversamos bastante sobre as contas, sobre quais são nossas prioridades e chegamos a um acordo", afirma. "Quando discordamos, a palavra final acaba sendo minha. Mas não é porque ganho mais. Acho que acaba sendo assim em quase todas as famílias porque a mulher é mais decidida, mais prática, e acaba decidindo melhor."


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