|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Manicure diz que marido não reclama por ela sustentar casa
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Casada, duas filhas, a manicure Luciene Oliveira dos Santos, 35, ganha cerca de três vezes mais que o marido, auxiliar
de almoxarifado no Detran
(Departamento Estadual de
Trânsito) em São Paulo. Sabe
que quase todo o sustento da
família depende dela, mas não
reclama e até gosta.
"Eu não posso nem pensar
em parar de trabalhar. Não daria para pagar as contas", afirma. "Só que não tenho problema com isso. Hoje a mulher tem de ser independente, tem
de ajudar o marido e se virar."
Para a manicure, a época em
que a mulher ficava em casa
acabou há muito tempo. "Falo
para as minhas filhas que elas
vão precisar ter a profissão delas para poderem se sustentar
sozinhas e até para ocuparem a
cabeça. Trabalhar é ótimo", diz.
"Acho que depender de marido
não é bom para o casamento,
nem se ele tiver dinheiro."
Luciene trabalha cinco dias
por semana e conta que ganha,
no mínimo, R$ 1.200 por mês.
Ela não é registrada. O marido é
contratado por R$ 600, mas
acaba recebendo apenas R$
400 por causa dos impostos
descontados.
"Não temos nenhum problema com essa questão do salário.
Conversamos bastante sobre as
contas, sobre quais são nossas
prioridades e chegamos a um
acordo", afirma. "Quando discordamos, a palavra final acaba
sendo minha. Mas não é porque
ganho mais. Acho que acaba
sendo assim em quase todas as
famílias porque a mulher é
mais decidida, mais prática, e
acaba decidindo melhor."
Texto Anterior: Fecundidade: Número de mães de 15 a 17 anos que têm filhos cresce, diz IBGE Próximo Texto: Rico ainda é maioria em universidade pública Índice
|