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Fracassa primeira tentativa de melhorar embarque no metrô
Medida que restringe acesso a vagões na Sé durou metade do previsto; secretário culpa chuva
Passageiros dizem que embarque foi mais tranquilo, mas espera na plataforma aumentou; Metrô não sabe se retoma operação hoje
Fernando Donasci/Folha Imagem
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Passageiros tentam embarcar no metrô na estação Sé (centro)
MARIANA BARROS
JAMES CIMINO
DA REPORTAGEM LOCAL
Fracassou ontem a primeira
tentativa de melhorar o embarque dos usuários da estação Sé
da linha 3-vermelha do metrô,
sentido Corinthians-Itaquera,
no horário de pico da tarde.
Prevista para durar uma hora
e meia, a ação, que restringiu o
acesso aos trens com a intenção
de organizar o embarque e evitar empurra-empurra e acidentes no vão entre a plataforma e
o vagão, não passou de 45 minutos. Foi suspensa às 18h15,
quando uma multidão já se
aglomerava perante à barreira
montada no acesso à plataforma sem conseguir embarcar.
Presente no local, o secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, justicou a interrupção à ampla aglomeração causada pela chuva,
que aumentou o intervalo entre os trens. "A gente não calculava a chuva", disse, acrescentando que o programa hoje dependerá do clima.
Cerca de 200 funcionários
auxiliavam, entre agentes e jovens que faziam coreografias
entoando em coro "Vem por
aqui, Itaquera é logo ali". As
medidas, porém, não impediram a confusão: pessoas voltavam para onde tinham vindo
buscando acessos alternativos;
muitas reclamavam.
Quem ia para a zona leste era
orientado a percorrer um trajeto único -e mais longo- para o
embarque. Era preciso então
aguardar numa extensa fila para ultrapassar a barreira metálica comandada por agentes.
As pessoas eram liberadas
em grupos e encaminhadas às
baias, cada uma com 30 usuários. Com isso, em vez das mil a
2.000 pessoas esperando para
embarcar, havia cerca de 660.
Assim, os passageiros mantiveram uma distância segura do
vão do trem -em dias normais,
é comum ultrapassarem a linha
amarela sem poder embarcar
nem retroceder.
Para funcionários, um problema foi a relutância de passageiros acostumados a embarcar
em certo vagão em serem encaminhados a outras baias.
Entre usuários, muitos se
queixaram da espera. "Levei 15
minutos a mais, mas pelo menos não teve empurra-empurra", disse o bancário Junior
Souza, 37. Segundo o Metrô, o
empurra-empurra é o que mais
incomoda os passageiros.
De acordo com o consultor
de engenharia urbana Luiz Célio Bottura, o teste deveria ter
sido feito em horários e locais
menos cheios. Segundo ele,
tentativas de aumentar a capacidade de transporte já foram
quase todas superadas. "Falta
rede", disse. Para Portella, a vazão só melhorará com um sistema já em implantação que reduz o intervalo entre os trens.
No Tatuapé, a operação na linha 11-coral da CPTM, sentido
Luz-Guaianases, não teve problemas e, embora passageiros
tenham se confundido com a
sinalização, até ganhou elogios.
Colaborou o "Agora"
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