São Paulo, terça-feira, 29 de setembro de 2009

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Fracassa primeira tentativa de melhorar embarque no metrô

Medida que restringe acesso a vagões na Sé durou metade do previsto; secretário culpa chuva

Passageiros dizem que embarque foi mais tranquilo, mas espera na plataforma aumentou; Metrô não sabe se retoma operação hoje

Fernando Donasci/Folha Imagem
Passageiros tentam embarcar no metrô na estação Sé (centro)

MARIANA BARROS
JAMES CIMINO
DA REPORTAGEM LOCAL

Fracassou ontem a primeira tentativa de melhorar o embarque dos usuários da estação Sé da linha 3-vermelha do metrô, sentido Corinthians-Itaquera, no horário de pico da tarde.
Prevista para durar uma hora e meia, a ação, que restringiu o acesso aos trens com a intenção de organizar o embarque e evitar empurra-empurra e acidentes no vão entre a plataforma e o vagão, não passou de 45 minutos. Foi suspensa às 18h15, quando uma multidão já se aglomerava perante à barreira montada no acesso à plataforma sem conseguir embarcar.
Presente no local, o secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, justicou a interrupção à ampla aglomeração causada pela chuva, que aumentou o intervalo entre os trens. "A gente não calculava a chuva", disse, acrescentando que o programa hoje dependerá do clima.
Cerca de 200 funcionários auxiliavam, entre agentes e jovens que faziam coreografias entoando em coro "Vem por aqui, Itaquera é logo ali". As medidas, porém, não impediram a confusão: pessoas voltavam para onde tinham vindo buscando acessos alternativos; muitas reclamavam.
Quem ia para a zona leste era orientado a percorrer um trajeto único -e mais longo- para o embarque. Era preciso então aguardar numa extensa fila para ultrapassar a barreira metálica comandada por agentes.
As pessoas eram liberadas em grupos e encaminhadas às baias, cada uma com 30 usuários. Com isso, em vez das mil a 2.000 pessoas esperando para embarcar, havia cerca de 660. Assim, os passageiros mantiveram uma distância segura do vão do trem -em dias normais, é comum ultrapassarem a linha amarela sem poder embarcar nem retroceder.
Para funcionários, um problema foi a relutância de passageiros acostumados a embarcar em certo vagão em serem encaminhados a outras baias.
Entre usuários, muitos se queixaram da espera. "Levei 15 minutos a mais, mas pelo menos não teve empurra-empurra", disse o bancário Junior Souza, 37. Segundo o Metrô, o empurra-empurra é o que mais incomoda os passageiros.
De acordo com o consultor de engenharia urbana Luiz Célio Bottura, o teste deveria ter sido feito em horários e locais menos cheios. Segundo ele, tentativas de aumentar a capacidade de transporte já foram quase todas superadas. "Falta rede", disse. Para Portella, a vazão só melhorará com um sistema já em implantação que reduz o intervalo entre os trens.
No Tatuapé, a operação na linha 11-coral da CPTM, sentido Luz-Guaianases, não teve problemas e, embora passageiros tenham se confundido com a sinalização, até ganhou elogios.


Colaborou o "Agora"


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