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Plantão médico
Para AMB, há escolas médicas demais
JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA
Quando o relatório Flexner
ficou pronto, há quase cem
anos, nos EUA, mais da metade das escolas médicas tiveram de fechar as portas.
Não foram as autoridades que lacraram as suas portas, mas a
ausência de alunos.
O relatório elaborado pelo
professor Abraham Flexner
em 1910 analisava a qualidade
do ensino das 155 faculdades
de medicina então existentes
nos EUA e Canadá.
No Brasil, a Associação Médica Brasileira e a Associação
Paulista de Medicina, junto
com outras entidades médicas, se manifestam contra
criação de novas escolas.
Observam que, a cada ano,
parcela expressiva dos 15 mil
novos profissionais apresenta
formação insuficiente, e que
as denúncias de erros médicos
subiram mais de 130%.
Esta preocupação, destacam entidades, deve-se à falta
de qualidade no ensino e ao
crescimento "absurdo" do número de escolas.
De 1960 a 1969, surgiram 35
cursos; de 1970 a 1989, mais
17; e a partir de 2002 foram
criadas mais 50 escolas de
medicina. No Brasil dos últimos cem anos, foram criados
156 cursos de medicina.
julio@uol.com.br
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