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Delegados de 8 Estados vão parar por 2 h em apoio a greve
Das 14h às 16h, só serão atendidas ocorrências graves; no Rio, categoria pode entrar em greve
Além de apoiar colegas paulistas, policiais defendem aprovação de proposta que equipara salário ao do Ministério Público
DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Delegados de ao menos oito
Estados do país prometem paralisar as atividades por duas
horas, hoje, em apoio ao movimento grevista de São Paulo,
que já dura 43 dias, e para reivindicar uma pauta da categoria. Em outros Estados, a idéia é
realizar um ato simbólico, com
os policiais usando fitas pretas
ou com as cores da bandeira
paulista (preta e vermelha).
Além de apoiar o movimento
grevista em São Paulo, os delegados reivindicam a aprovação
de uma emenda constitucional,
de autoria do deputado federal
Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP),
que prevê que o menor salário
de um delegado não pode ser
inferior ao de um promotor.
Em São Paulo, por exemplo,
o salário inicial de um delegado
é de R$ 4.275,18 (capital) e o de
um promotor, R$ 18 mil. Um
delegado, em média, ganha R$
7.085,85 no Estado.
Os policiais civis de São Paulo pedem reajuste de 15% imediatamente, mais 12% em 2009
e em 2010. O governo oferece
dois reajustes de 6,5%, um a ser
dado em janeiro de 2009 e o outro em janeiro de 2010.
No Rio de Janeiro, todos os
policiais civis vão parar das 14h
às 16h para votar se irão entrar
em greve, como parte de uma
estratégia para unificar o movimento dos dois Estados.
Em Minas Gerais, Mato
Grosso, Rio Grande do Norte,
Santa Catarina, Bahia e Pernambuco, os delegados devem
cruzar os braços no mesmo período. A idéia, assim como
ocorre em São Paulo desde o
início da greve, é atender só aos
casos considerados graves, como homicídios e seqüestros.
Já no Maranhão, o presidente da Adepol (Associação dos
Delegados de Polícia), Marcos
Afonso Júnior, diz que os delegados vão paralisar as atividades por 24 horas, a partir das
8h. "Aqui ainda há problemas
como a perseguição política de
delegados e a falta deles."
No interior de São Paulo, policiais civis planejam uma concentração em Bauru, uma reunião de policiais em Marília e o
fechamento simbólico de delegacias em Botucatu.
Aliança
As federações dos policiais
civis das regiões Centro-Oeste
e Norte, Nordeste e Sul e Sudeste, que planejavam uma paralisação das atividades dos policiais por 24 horas hoje, adiaram a manifestação para 17 de
novembro, das 8h às 12h.
Segundo Divinato Ferreira,
presidente da federação dos
policiais civis das regiões Centro-Oeste e Norte, uma das razões para o adiamento é uma
reunião que ocorre hoje entre
lideranças da categoria no Ministério da Justiça.
O objetivo da paralisação, de
acordo com o presidente do
Sindicato da Polícia Civil do
Rio, Fernando Bandeira, é consolidar uma aliança com os policiais de São Paulo, algo que já
vem sendo articulado desde o
início da semana.
"Estamos verificando uma
situação [de iminência de greve] nacional, mas é mais certa
uma aliança entre Rio e São
Paulo, porque são os dois Estados onde as remunerações e as
condições são piores", disse.
Durante a assembléia de hoje, os policiais do Rio vão definir o índice de reajuste a ser reivindicado junto ao governo. O
piso salarial de um delegado no
Estado é de R$ 8.129,18.
Procurada pela Folha, a chefia da Polícia Civil não se manifestou sobre o movimento.
Polícia Federal
Ontem, a associação nacional
dos delegados da Polícia Federal divulgou uma carta endereçada ao governador José Serra
(PSDB), declarando apoio à
greve em São Paulo.
O documento pede "atenção
ao justo pleito dos nossos colegas, resgatando-se a dignidade
salarial desses profissionais".
(CÍNTIA ACAYABA, CRISTINA MORENO DE CASTRO e LUIS KAWAGUTI)
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