São Paulo, quarta-feira, 29 de outubro de 2008

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SP faz mutirão para recolher baterias e celulares usados

Secretaria do Meio Ambiente reconhece que não existem hoje muitos locais que coletam esse material no Estado

Por ano, 1,2 bilhão de pilhas e 400 milhões de baterias são utilizados no país; a população ainda faz o descarte em lixo comum

TALITA BEDINELLI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O governo do Estado de São Paulo realizará amanhã um mutirão de coleta de pilhas, baterias de celulares e aparelhos celulares. Ao todo, 372 municípios participarão da iniciativa, que contará com mais de 2.000 postos de coleta. O material recolhido será reciclado.
O descarte inadequado de pilhas, baterias e material eletrônico é um dos principais problemas da gestão de resíduos sólidos do país, segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente.
Por conterem metais pesados na composição, eles não podem ser descartados no lixo comum, pois podem contaminar o solo e o lençol freático, expondo as pessoas a doenças como câncer, distúrbios do sistema nervoso e problemas renais.
Por ano, 1,2 bilhão de pilhas e 400 milhões de baterias são utilizados no país, segundo a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica). A maioria, segundo a secretaria, vai para o lixo comum.
Para Murilo Damato, professor do curso de gestão ambiental da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), o baixo índice de reciclagem desse material é uma questão cultural. "As pessoas ainda não entendem o que é mandar a bateria e a pilha para o lixo comum. Dependendo da concentração [desses metais], existem riscos neurológicos."
Para o secretário Estadual do Meio Ambiente, Francisco Graziano Neto, a idéia do mutirão é despertar as pessoas para a importância do descarte correto.

Postos de coleta
Contudo, a própria secretaria reconhece que não existem muitos locais que coletam esse material no Estado. Segundo o órgão, não há nenhuma legislação que obrigue o poder público a recolher pilhas e baterias separadamente.
O problema se agrava porque também não há nenhuma obrigatoriedade legal para que os fabricantes desses produtos os recolham, ressalta Damato. Uma resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), que deverá ser publicada esta semana no Diário Oficial da União, obrigará que comerciantes desses produtos sejam responsáveis pela coleta.
Algumas empresas possuem locais para a coleta. O banco Real, por exemplo, possui 400 pontos no Estado de São Paulo e 718 no resto do país. Desde janeiro de 2007, quando a coleta começou, 131 toneladas de pilhas e baterias foram depositadas nesses locais e encaminhadas para a reciclagem, 69 toneladas apenas no Estado de SP.


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