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SP faz mutirão para recolher baterias e celulares usados
Secretaria do Meio Ambiente reconhece que não existem hoje muitos locais que coletam esse material no Estado
Por ano, 1,2 bilhão de pilhas e 400 milhões de baterias são utilizados no país; a população ainda faz o descarte em lixo comum
TALITA BEDINELLI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O governo do Estado de São
Paulo realizará amanhã um
mutirão de coleta de pilhas, baterias de celulares e aparelhos
celulares. Ao todo, 372 municípios participarão da iniciativa,
que contará com mais de 2.000
postos de coleta. O material recolhido será reciclado.
O descarte inadequado de pilhas, baterias e material eletrônico é um dos principais problemas da gestão de resíduos
sólidos do país, segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente.
Por conterem metais pesados na composição, eles não
podem ser descartados no lixo
comum, pois podem contaminar o solo e o lençol freático, expondo as pessoas a doenças como câncer, distúrbios do sistema nervoso e problemas renais.
Por ano, 1,2 bilhão de pilhas e
400 milhões de baterias são
utilizados no país, segundo a
Abinee (Associação Brasileira
da Indústria Elétrica e Eletrônica). A maioria, segundo a secretaria, vai para o lixo comum.
Para Murilo Damato, professor do curso de gestão ambiental da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), o baixo índice de reciclagem desse material é uma questão cultural. "As pessoas ainda
não entendem o que é mandar a
bateria e a pilha para o lixo comum. Dependendo da concentração [desses metais], existem
riscos neurológicos."
Para o secretário Estadual do
Meio Ambiente, Francisco Graziano Neto, a idéia do mutirão é
despertar as pessoas para a importância do descarte correto.
Postos de coleta
Contudo, a própria secretaria reconhece que não existem
muitos locais que coletam esse
material no Estado. Segundo o
órgão, não há nenhuma legislação que obrigue o poder público a recolher pilhas e baterias
separadamente.
O problema se agrava porque
também não há nenhuma obrigatoriedade legal para que os
fabricantes desses produtos os
recolham, ressalta Damato.
Uma resolução do Conama
(Conselho Nacional do Meio
Ambiente), que deverá ser publicada esta semana no Diário
Oficial da União, obrigará que
comerciantes desses produtos
sejam responsáveis pela coleta.
Algumas empresas possuem
locais para a coleta. O banco
Real, por exemplo, possui 400
pontos no Estado de São Paulo
e 718 no resto do país. Desde janeiro de 2007, quando a coleta
começou, 131 toneladas de pilhas e baterias foram depositadas nesses locais e encaminhadas para a reciclagem, 69 toneladas apenas no Estado de SP.
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