São Paulo, sexta-feira, 29 de outubro de 2010

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Nova licitação inviabiliza metrô até 2014

Se a concorrência da linha 5-lilás for cancelada, obra não ficará pronta, diz engenheiro da equipe de Alckmin

Processo foi suspenso após suspeita de fraude; entrega de linha até a Copa do Mundo fica com o calendário apertado

ALENCAR IZIDORO
DE SÃO PAULO

Se a licitação da linha 5-lilás do metrô de São Paulo for cancelada e tiver de ser refeita diante da suspeita de fraude, a entrega da obra até 2014 estará comprometida.
A avaliação é do engenheiro Jurandir Fernandes, da equipe de transição do futuro governo Geraldo Alckmin (PSDB) -responsável pelo setor de infraestrutura.
A Folha revelou conhecer os vencedores de lotes com seis meses de antecedência, denúncia que levou à suspensão da concorrência.
A pedido de Alckmin, Fernandes mantém contato no Metrô para monitorar a obra, que ligará a estação Largo Treze à Chácara Klabin, com 12 km e 11 novas estações, podendo ser vitrine da gestão.
Segundo ele, se as obras começarem neste ano e não houver nenhum imprevisto, é possível trabalhar com a possibilidade de concluir a extensão da linha 5 até maio de 2014, antes da Copa.
Trata-se, mesmo assim, de um cronograma muito apertado, porque a duração prevista oficialmente em contrato é de três anos e oito meses.
Uma hipótese é que ela seja aberta aos passageiros em pedaços -e não completa.
Fernandes afirma ainda esperar que a Justiça e as investigações da Promotoria resolvam tudo com urgência.
Mas, se a concorrência for cancelada, diz ele, uma nova levará mais seis meses pelo menos, comprometendo a conclusão da obra em 2014.
"O Geraldo me pediu que acompanhasse. Quer agilidade", diz. "Pedimos encarecidamente uma prioridade. A linha 5 é vital. Qualquer meio mês de atraso prejudica."
Fernandes foi secretário dos Transportes Metropolitanos de Alckmin. Na campanha, virou um dos principais auxiliares do candidato.
O promotor Luiz Fernando Rodrigues Pinto Junior diz que as apurações costumam ter prazo inicial de 30 dias, mas geralmente prorrogado.
A equipe de Alckmin avalia que a relevância da linha 5 independe da Copa.
Se houver jogos em Itaquera (zona leste), a participação dela seria "muito pequena", afirma Fernandes. No caso do estádio do Morumbi, daí seria "um pouco maior".
"Não se pode vincular a expansão da rede ao evento A ou B", reforça José Baião, da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Metrô.


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