São Paulo, quarta-feira, 29 de novembro de 2000

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Amazonas teve 167 mil casos no ano passado

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

A Fundação de Medicina Tropical do Amazonas faz mensalmente 6.000 exames para diagnosticar casos de malária, em Manaus (AM). Desses, 1.200, em média, têm resultado positivo.
A população contrai a doença em áreas rurais e urbanas. Ontem deu positivo pela segunda vez, em cinco meses, o exame de Jeanderson Henrique Silva de Lima, 7. Com dores no corpo e na cabeça, ele conhece os sintomas da malária. "Sinto muitas dores e tenho vontade de vomitar. A dor nunca pára."
O minerador Emenezildo Batista, 23, não sabe como tratar a doença, transmitida pelo mosquito anofelino, conhecido como "prego".
Batista, que ontem também tentava o tratamento para curar sua terceira malária (a primeira foi em 1993) na fundação, não sabia qual remédio tomar.
Segundo a Fundação de Medicina Tropical, no ano passado foi registrado o maior número de casos de malária no Amazonas: 167 mil (com seis mortes) contra 114 mil, em 1998.
"Os desmatamentos, os assentamentos desordenados e as invasões de terra estão provocando o aumento dos casos. O pessoal está morando dentro dos criadores dos mosquitos", disse o entomologista, Nelson Ferreira Fé. Para estudar o mosquito anofelino, Ferreira contraiu malária 68 vezes, desde 1964.
"Eu fico exposto dentro da mata e deixo o mosquito picar para poder capturá-lo."


Texto Anterior: Saúde: Assentamentos fazem malária crescer 34%
Próximo Texto: Garimpeiro teve doença 12 vezes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.