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OAB
Há casos que não exigem profissional
D'Urso quer advogado em todos os processos
ROBERTO COSSO
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente eleito da seccional
paulista da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Luiz Flávio
Borges D'Urso, disse ontem que
lutará pela aprovação de leis que
obriguem a presença de advogado em todos os processos.
Atualmente, a legislação prevê
alguns processos em que não é
obrigatório ter advogado, como
os que tramitam nos Juizados Especiais Cíveis (os chamados tribunais de pequenas causas) e as
reclamações trabalhistas.
"Isso cria duas categorias de cidadãos: os que podem e os que
não podem ter advogados. Quem
tem dinheiro contrata advogado
mesmo nos processos em que a
representação é optativa. Mas
quem não tem condições fica desamparado. A obrigatoriedade do
advogado em todos os processos
é uma garantia, porque o Estado
fica obrigado a fornecer advogado para quem não pode pagar",
disse o presidente eleito.
D'Urso quer obrigar a presença
de advogados inclusive em processos que não são levados à Justiça, como a mediação e a arbitragem. Mas, para fazer isso, será necessário modificar algumas leis
federais. "Vamos conclamar os
200 mil advogados de São Paulo a
fazerem gestões políticas para que
a legislação seja modificada."
Ele disse que pretende transformar a OAB-SP em uma "trincheira do cidadão diante dos eventuais abusos do Estado". D'Urso
afirmou que a entidade vai atuar
com rapidez na defesa da democracia, dos direitos humanos e do
Estado democrático de Direito.
O presidente eleito da OAB-SP
afirmou que, toda vez que for
criado um novo tributo sobre o
qual houver suspeita de ilegalidade, a entidade irá debater o assunto e, se for o caso, promoverá
ações para impedir a sua cobrança. "Vamos discutir caso a caso
para verificar a conveniência da
propositura de ações coletivas",
disse D'Urso. A data de sua posse
ainda não foi marcada, mas ela
deve ocorrer após 1º de janeiro.
Apuração
A apuração dos votos para a
OAB-SP, anteriormente prevista
para ser concluída até as 21h de
quinta-feira, somente terminou
às 14h15 de ontem.
D'Urso recebeu 28.263 votos
(24,9% do total). Ele ficou 7.175
votos à frente do segundo colocado, o advogado Roberto Ferreira.
Dos cerca de 180 mil advogados
habilitados a votar, só 113.602
compareceram às urnas. Isso representa uma abstenção de 37%.
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