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Rabino é criticado em debate
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mesmo pedindo desculpas por
ter defendido a pena de morte, o
presidente do Rabinato da Congregação Israelita Paulista, Henry
Sobel, não foi poupado de críticas
ontem em debate na Câmara dos
Deputados sobre a redução da
maioridade penal.
"Essas questões devem ser resolvidas com a razão, não com o
coração. Confesso que estava sob
estresse emocional muito forte
quando fiquei sabendo dessa última tragédia para tomar uma posição realmente objetiva", disse.
Sobel defendeu a pena de morte
após o assassinato de casal de estudantes em São Paulo. "Eu vi
Liana nascer, ela era minha aluna,
os pais dela se casaram na CIP, fui
eu quem os casou", disse.
O deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) mencionou as lutas em defesa dos direitos humanos de que Sobel participou e o
criticou. "O senhor é uma pessoa
que, quando fala, pela sua posição
social, é ouvido e respeitado.
Quando diz que é a favor da pena
de morte, mesmo diante da emoção, gera consequências sociais
imprevisíveis", afirmou.
Greenhalgh convidou Sobel a
visitar uma unidade da Febem em
São Paulo. "Lá há 400 adolescentes que ficam o dia inteiro de cueca vendo filmes de violência."
O debate estava sendo transmitido ao vivo pela TV Câmara. Um
dos telespectadores perguntou a
Sobel por que ele não pregou a pena de morte depois que o índio
Galdino Jesus dos Santos foi queimado vivo em Brasília em 1997.
"Não faço nenhuma distinção.
Repito que a declaração foi feita
em um momento de forte engajamento emocional", afirmou.
Os atores Darlan Cunha, 15, e
Douglas Silva, 15, da série "Cidade
dos Homens", percorreram o
Congresso abordando parlamentares para falar sobre a redução da
maioridade para um quadro do
"Fantástico", da Rede Globo.
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