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São Paulo, sábado, 29 de novembro de 2003

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Rabino é criticado em debate

FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Mesmo pedindo desculpas por ter defendido a pena de morte, o presidente do Rabinato da Congregação Israelita Paulista, Henry Sobel, não foi poupado de críticas ontem em debate na Câmara dos Deputados sobre a redução da maioridade penal.
"Essas questões devem ser resolvidas com a razão, não com o coração. Confesso que estava sob estresse emocional muito forte quando fiquei sabendo dessa última tragédia para tomar uma posição realmente objetiva", disse.
Sobel defendeu a pena de morte após o assassinato de casal de estudantes em São Paulo. "Eu vi Liana nascer, ela era minha aluna, os pais dela se casaram na CIP, fui eu quem os casou", disse.
O deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) mencionou as lutas em defesa dos direitos humanos de que Sobel participou e o criticou. "O senhor é uma pessoa que, quando fala, pela sua posição social, é ouvido e respeitado. Quando diz que é a favor da pena de morte, mesmo diante da emoção, gera consequências sociais imprevisíveis", afirmou.
Greenhalgh convidou Sobel a visitar uma unidade da Febem em São Paulo. "Lá há 400 adolescentes que ficam o dia inteiro de cueca vendo filmes de violência."
O debate estava sendo transmitido ao vivo pela TV Câmara. Um dos telespectadores perguntou a Sobel por que ele não pregou a pena de morte depois que o índio Galdino Jesus dos Santos foi queimado vivo em Brasília em 1997.
"Não faço nenhuma distinção. Repito que a declaração foi feita em um momento de forte engajamento emocional", afirmou.
Os atores Darlan Cunha, 15, e Douglas Silva, 15, da série "Cidade dos Homens", percorreram o Congresso abordando parlamentares para falar sobre a redução da maioridade para um quadro do "Fantástico", da Rede Globo.


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