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ÁLCOOL EM XEQUE
Quase metade dos entrevistados associa bebida a problemas em casa
96% querem restrição a anúncio
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Estudo preliminar divulgado
pela Senad (Secretaria Nacional
Antidrogas) aponta que o consumo de bebidas alcoólicas,
considerado alto no país, acarreta, na maioria dos casos, problemas familiares ou conjugais,
além de fazer com que muitos
dirijam sob o efeito de álcool.
Os dados foram apresentados
na abertura da 1ª Conferência
Pan-Americana de Políticas Públicas sobre o Álcool, que acontece até amanhã em Brasília e
reúne especialistas de 20 países.
Com em 200 entrevistas feitas
na Grande São Paulo, constatou-se que 63% consumiram algum tipo de bebida alcoólica no
último ano e 45% disseram que
problemas familiares ou conjugais estavam relacionados ao
hábito de beber de um parente.
Outros 31% afirmaram ter sido insultados por alguém que
estava sob o efeito do álcool, e
28% já estiveram em veículo dirigido por pessoa alcoolizada.
A pesquisa, feita em parceria
com a Unifesp (Universidade
Federal de São Paulo), tem o objetivo de traçar pela primeira
vez o padrão de consumo de bebidas alcoólicas no país. Foram
3.000 entrevistas feitas em 143
cidades desde setembro.
O levantamento aponta a possibilidade de estar caindo a idade em que as pessoas começam
a beber. Adolescentes disseram
ter começado a beber aos 14
anos, enquanto os adultos com
mais de 40 anos afirmaram ter
iniciado após os 20 anos.
Além disso, 87% dos entrevistados concordam que deve haver tratamento para os usuários
de álcool. Outros 54% são a favor de mais impostos sobre a
bebida, e 96% apóiam restrições
à propaganda do álcool.
Recentemente, Agência Nacional de Vigilância Sanitária
colocou em consulta pública
proposta com novas regras para
aumentar o controle sobre a publicidade de bebidas alcoólicas.
Outra pesquisa, com 1.200
alunos de uma universidade
privada da região Sul, corrobora
os resultados: 77% abusam da
bebida, tomando cinco ou mais
doses. E apresentam comportamento considerado de risco, como dirigir sem cinto de segurança e não usar preservativo.
Usando dados de levantamentos recentes e já divulgados,
o ministro Jorge Armando Félix
(Segurança Institucional) disse
que o álcool, além de ser a droga
mais consumida no Brasil, tem
o maior índice de dependência.
Há, segundo ele, 19 milhões de
dependentes de álcool no país.
No final do evento, promovido pelo governo e pela Organização Pan-Americana da Saúde,
será apresentada resolução com
diretrizes para reduzir o consumo de álcool nas Américas.
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