São Paulo, domingo, 29 de novembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ROLANDO SEGALLA (1926-2009)

O tecelão e o abrigo inusitado em 1932

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Rolando Segalla tinha apenas seis anos quando rompeu a Revolução de 1932. Por alguns meses, ele e a família moraram num dos lugares mais seguros de São Paulo.
O pai, na época, trabalhava como coveiro. Preocupado com a segurança dos filhos e com uma possível invasão das tropas inimigas à capital, ele levou todo mundo para viver por um tempo no cemitério. Medida de precaução.
Quando a agitação passou, e a cidade voltou à normalidade, a família retornou para casa e foi tocar a vida. Aos 13, Rolando conseguiu emprego como guardinha de trânsito.
Tempos depois, fez curso de tecelagem e foi trabalhar no lanifício Santa Inês, onde se aposentaria, nos anos 70 -mas não parou depois disso: ficaria mais 20 anos no serviço, somando 50 anos de dedicação à empresa.
Há uns bons anos, com a abertura do país às importações, a fábrica não resistiu à concorrência com os produtos chineses e fechou. Aposentado de verdade, realizou no ano passado o sonho de embarcar num cruzeiro, com o único neto.
As viagens com a família eram comuns. Antes, botava seus meninos no banco detrás do Del Rey e saía pelo país. Eram dois os filhos, festejados como vitória ao nascerem pois a mulher tinha dificuldade para ter bebês. Morreu na terça, aos 83, em decorrência de um AVC (acidente vascular cerebral).
A missa de sétimo dia será às 9h de hoje, na igreja Santa Marina, no Carrão, em SP.

coluna.obituario@uol.com.br


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Gilberto Dimenstein: Banda larga de pobre se chama lan house
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.