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ROLANDO SEGALLA (1926-2009)
O tecelão e o abrigo inusitado em 1932
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Rolando Segalla tinha apenas seis anos quando rompeu a Revolução de 1932. Por
alguns meses, ele e a família
moraram num dos lugares
mais seguros de São Paulo.
O pai, na época, trabalhava
como coveiro. Preocupado
com a segurança dos filhos e
com uma possível invasão
das tropas inimigas à capital,
ele levou todo mundo para
viver por um tempo no cemitério. Medida de precaução.
Quando a agitação passou,
e a cidade voltou à normalidade, a família retornou para
casa e foi tocar a vida. Aos 13,
Rolando conseguiu emprego
como guardinha de trânsito.
Tempos depois, fez curso
de tecelagem e foi trabalhar
no lanifício Santa Inês, onde
se aposentaria, nos anos 70
-mas não parou depois disso: ficaria mais 20 anos no
serviço, somando 50 anos de
dedicação à empresa.
Há uns bons anos, com a
abertura do país às importações, a fábrica não resistiu à
concorrência com os produtos chineses e fechou.
Aposentado de verdade,
realizou no ano passado o sonho de embarcar num cruzeiro, com o único neto.
As viagens com a família
eram comuns. Antes, botava
seus meninos no banco detrás do Del Rey e saía pelo
país. Eram dois os filhos, festejados como vitória ao nascerem pois a mulher tinha
dificuldade para ter bebês.
Morreu na terça, aos 83,
em decorrência de um AVC
(acidente vascular cerebral).
A missa de sétimo dia será às
9h de hoje, na igreja Santa
Marina, no Carrão, em SP.
coluna.obituario@uol.com.br
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