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CONFRONTO NO RIO
Vamos a Rocinha e Vidigal, diz secretário
Beltrame anuncia que ocupações da polícia também serão realizadas em outras favelas do Rio
Secretário afirma que ocupação do Alemão não é a vitória na guerra, mas a "batalha mais importante"
HUDSON CORRÊA
JOÃO PEQUENO
DO RIO
O secretário de Segurança
Pública do Rio, José Mariano
Beltrame, disse que o Complexo do Alemão era "o coração do mal" e sua retomada
representou não a vitória na
guerra, mas da "batalha mais
importante". Ele anunciou
que as ações avançarão em
direção a outras favelas.
"Se se chegou ao Alemão,
nós vamos chegar à Rocinha,
ao Vidigal e assim por diante", afirmou Beltrame referindo-se a outras duas grandes áreas, na zona sul do Rio,
sob poder do narcotráfico.
Segundo o secretário, o
Complexo do Alemão continuará ocupado. Ele não disse
com quantos policiais e militares. Ontem, foram usados
cerca de 2.700 homens.
"O Alemão era o coração
do mal. Era um lugar emblemático para todo o Rio de Janeiro, onde nós tínhamos a
convergência de marginais; e
um lugar onde nós tínhamos
um número muito grande de
marginais municiados", afirmou Beltrame.
"Para os marginais, isso [a
retomada do Alemão], sem
dúvida nenhuma, é a perda
de moral", acrescentou.
Beltrame disse ainda não
ter um balanço da operação,
mas afirmou "garantir que
marginal sem casa, marginal
sem arma, marginal sem território, marginal sem moeda
de troca é muito menos marginal do que era antes".
Ao lado do secretário, em
entrevista, o comandante Militar do Leste, general Adriano Pereira Júnior, disse que
"o Estado brasileiro voltou a
ter autoridade em uma área
sobre o nosso território".
E afirmou que "no futuro
outras ações necessárias serão muito mais facilitadas,
porque nesta operação nós
vimos a possibilidade enorme que nós temos em trabalhar em cooperação".
PASSO SEM VOLTA
O governador Sérgio Cabral (PMDB) disse, em nota,
que as polícias Civil e Militar
"continuarão trabalhando
articuladas com as Forças Armadas e a Polícia Federal"
para retomar outras áreas da
cidade dominadas pelo tráfico de drogas. Para ele, a "reconquista territorial" do morro do Alemão é "um passo extraordinário e sem volta".
Também em nota, o prefeito do Rio, Eduardo Paes
(PMDB), anunciou que, após
a ocupação do Alemão, a prefeitura vai realizar "invasão
de serviços, que será permanente".
Entre os serviços, a prefeitura pretende investir R$ 400
milhões no projeto, que prevê a construção e reformas de
praças, moradias populares
do programa federal Minha
Casa, Minha Vida, escolas,
creches e a instalação de um
mercado popular.
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