São Paulo, segunda-feira, 29 de novembro de 2010

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CONFRONTO NO RIO

Vamos a Rocinha e Vidigal, diz secretário

Beltrame anuncia que ocupações da polícia também serão realizadas em outras favelas do Rio

Secretário afirma que ocupação do Alemão não é a vitória na guerra, mas a "batalha mais importante"

HUDSON CORRÊA
JOÃO PEQUENO

DO RIO

O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, disse que o Complexo do Alemão era "o coração do mal" e sua retomada representou não a vitória na guerra, mas da "batalha mais importante". Ele anunciou que as ações avançarão em direção a outras favelas.
"Se se chegou ao Alemão, nós vamos chegar à Rocinha, ao Vidigal e assim por diante", afirmou Beltrame referindo-se a outras duas grandes áreas, na zona sul do Rio, sob poder do narcotráfico.
Segundo o secretário, o Complexo do Alemão continuará ocupado. Ele não disse com quantos policiais e militares. Ontem, foram usados cerca de 2.700 homens.
"O Alemão era o coração do mal. Era um lugar emblemático para todo o Rio de Janeiro, onde nós tínhamos a convergência de marginais; e um lugar onde nós tínhamos um número muito grande de marginais municiados", afirmou Beltrame.
"Para os marginais, isso [a retomada do Alemão], sem dúvida nenhuma, é a perda de moral", acrescentou.
Beltrame disse ainda não ter um balanço da operação, mas afirmou "garantir que marginal sem casa, marginal sem arma, marginal sem território, marginal sem moeda de troca é muito menos marginal do que era antes".
Ao lado do secretário, em entrevista, o comandante Militar do Leste, general Adriano Pereira Júnior, disse que "o Estado brasileiro voltou a ter autoridade em uma área sobre o nosso território".
E afirmou que "no futuro outras ações necessárias serão muito mais facilitadas, porque nesta operação nós vimos a possibilidade enorme que nós temos em trabalhar em cooperação".

PASSO SEM VOLTA
O governador Sérgio Cabral (PMDB) disse, em nota, que as polícias Civil e Militar "continuarão trabalhando articuladas com as Forças Armadas e a Polícia Federal" para retomar outras áreas da cidade dominadas pelo tráfico de drogas. Para ele, a "reconquista territorial" do morro do Alemão é "um passo extraordinário e sem volta".
Também em nota, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), anunciou que, após a ocupação do Alemão, a prefeitura vai realizar "invasão de serviços, que será permanente".
Entre os serviços, a prefeitura pretende investir R$ 400 milhões no projeto, que prevê a construção e reformas de praças, moradias populares do programa federal Minha Casa, Minha Vida, escolas, creches e a instalação de um mercado popular.


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