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Zona sul festeja ocupação, mas teme ação na Rocinha
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O domingo foi de sol e
30C no Rio de Janeiro e os
cariocas comemoraram a
ocupação do conjunto de favelas do Complexo do Alemão pela polícia do jeito de
que mais gostam, na praia.
Nas areias lotadas de Copacabana, Ipanema e Leblon, na zona sul, a preocupação agora é que o conflito
chegue à Rocinha.
A maior favela da cidade
-e também a mais lucrativa
para o tráfico- fica bem no
meio do caminho entre a zona sul e o bairro de classe média da Barra da Tijuca, na zona oeste, e em frente à praia
de São Conrado.
"O aplauso para o pôr do
sol hoje vai ser dedicado aos
policiais que subiram o morro. O Rio ganhou um novo
bairro, até a semana passada
a região da Penha não pertencia à cidade", afirma a
psicóloga Rosana Pimentel.
"Uma coisa é a Vila Cruzeiro e o Alemão, no meio da pobreza. Na zona sul, o cartão
postal do Rio e do Brasil, a
coisa é diferente e muito mais
complicada. Uma ação na
Rocinha isolaria vários bairros", diz o comerciante Júlio
Cesar Meneses.
"Foi um sopro de autoestima, achávamos que estava
tudo perdido, que não tinha
mais jeito", afirma a professora Jussara Freire.
ESTOQUE DE COMIDA
Na Rocinha, moradores dizem viver um clima de
apreensão com a possibilidade de a favela ser ocupada
pela polícia e com os boatos
de que Fabiano Atanazio da
Silva, o FB, antigo chefe do
tráfico da Vila Cruzeiro, tomada na semana passada,
teria se refugiado por lá.
A ida de FB para a Rocinha
é investigada pela polícia.
Vizinhos dizem que já se
prepararam para um conflito
no morro com estoques de
comida e de água.
"Compramos até velas. A
primeira coisa que vão cortar
é o fornecimento de energia", diz a manicure Janeide
Silva. Ainda segundo os moradores da Rocinha, um carro de som da associação do
bairro tem circulado nos últimos dias pedindo calma e
que as pessoas mantenham a
rotina porque não haveria incursões policiais como na zona norte naquela área.
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