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Cresce o número de famílias que pensam em ter casa própria
Em dois anos, cresceu em 258 mil o total de famílias que querem deixar de dividir moradia, diz estudo da FGV
Para o setor, aumento de interessados em mudar de casa decorre da melhoria da renda e do crédito habitacional
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO
Com a melhora na renda, a
maior oferta de crédito e prazos maiores de financiamento para habitação, cresceu
em 258 mil o número de famílias que dividem a mesma
moradia com outras e passaram a ter intenção de mudar.
Eram 2,019 milhões famílias nessa condição em 2008
e passaram para 2,277 milhões no ano passado, o que
representa crescimento de
11,3%. Na comparação de
2007 com 2008, esse número
havia recuado quase 11%.
Seis em cada dez famílias
que dividem o mesmo teto
com duas ou mais famílias
(coabitação) têm renda de
até três salários mínimos.
Os dados fazem parte de
estudo da FGV Projetos realizado para o SindusCon-SP
(que reúne a indústria da
construção paulista), que será apresentado hoje em São
Paulo. Foram usadas informações da Pnad (Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios) 2009, do IBGE.
"O crescimento econômico permitiu que as pessoas
passassem a sonhar em ter
uma casa própria. Antes não
havia como arcar com uma
prestação, por isso muitas famílias que coabitavam nem
manifestavam intenção de
mudar", afirma Ana Maria
Castelo, consultora da FGV.
O levantamento aponta
ainda que o deficit habitacional no Brasil atingiu 5,808
milhões de famílias no ano
passado, ou 9,3% do total. O
número ficou quase estável
em relação a 2008, quando a
carência por moradia atingiu
5,799 milhões de famílias.
O deficit habitacional é
formado pela soma das famílias que vivem sob o mesmo
teto, mas têm intenção de
mudar (coabitação) e por
aquelas que vivem em moradias inadequadas (cortiços,
favelas) -nessa condição há
3,531 milhões de famílias.
Quase um terço dos domicílios considerados inadequados são habitados por famílias com renda mensal entre 1 e 2 salários mínimos. E
78% estão concentrados na
faixa de até três mínimos.
"Não há como resolver essa questão sem políticas públicas. O que temos hoje são
programas pontuais, como o
Minha Casa Minha Vida", diz
Eduardo Zaidan, diretor de
economia do SindusCon-SP.
O número de famílias em
moradias precárias caiu
6,6% na comparação com
2008 -há dois anos, eram
3,780 milhões. "É o menor
patamar dos últimos oito
anos. A redução é reflexo da
melhora na economia e do
aumento dos investimentos", diz Sérgio Watanabe,
presidente do SindusCon-SP.
SÃO PAULO
O secretário estadual de
Habitação, Lair Krähenbühl,
afirma que São Paulo tem
priorizado a construção de
moradias com três dormitórios para atender famílias em
situação de coabitação. "Metade das 50 mil moradias em
construção ou já entregues
segue esse padrão", diz.
Pelos números do governo
paulista, que segue os critérios da Fundação Seade, a carência de habitações é de
1,120 milhão. Já em situação
inadequada estão 2,684 milhões de famílias.
"Os investimentos feitos
no combate à inadequação
têm crescido em média 10%
ao ano, desde 2005. Em programas de regularização e
reurbanização de favelas foram gastos cerca de R$ 800
milhões nos últimos dois
anos", afirma Krähenbühl.
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