São Paulo, domingo, 29 de novembro de 1998

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A garota da hora


A cantora Isabel Monteiro, 32, é uma espécie de cinderela do pop. Ela saiu de São Paulo há dez anos para estudar inglês em Londres. Seu plano inicial era ficar lá por uns seis meses. Acabou ficando e hoje é baixista e vocalista da banda Drugstore. O grupo é queridinho da crítica internacional e já tocou com bandas famosas, como o Radiohead e o Elastica.
Isabel veio para o Brasil com a banda pela primeira vez na semana passada. O grupo se apresentou no festival Mundão na sexta-feira. Emocionada com a volta ao Brasil, Isabel chegou a chorar enquanto falava à Folha, no hotel em que estava hospedada em São Paulo, na última sexta-feira.
"Estou muito frágil, hoje vai ser um dia difícil, acho que preciso de um Prozac", disse a moça, depois de comentar a emoção que sentiu quando começou a fazer sucesso.
Ela gosta da vida de pop star e diz que uma das vantagens de ficar famosa é conseguir sexo com mais facilidade. Mas ela diz estar cansada dos músicos e procura um namorada "normal". "Se você for um arquiteto brasileiro, alto, com uns 30 anos, pode se candidatar", brinca.
Conseguir fazer sucesso em Londres surpreendeu você?
Completamente. Eu penei muito. Passei por muita coisa difícil. E a cena de Londres é muito fechada. Em cada prédio tem uma banda que acha que vai ficar famosa. Foi por tudo acaso.
Eu dividia um apartamento com um americano que tocava bateria. A gente começou a compor umas coisas meio de brincadeira. Gravamos um compacto com 500 cópias. De uma hora para a outra a crítica começou a falar bem e as gravadoras começaram a bater na nossa porta. Foi uma emoção muito grande. Acho que nunca mais vou sentir isso na minha vida.
A sua vida mudou muito?
Muito. Agora todo mundo me trata bem. Antes eu me sentia muito sozinha em Londres. É muito bom ter o trabalho reconhecido. Viajo com a banda, e todo mundo me serve café em bandeja de prata. Quem já penou muito adora ser mimado.
Você disse uma vez que a maior vantagem ser famosa é conseguir sexo com mais facilidade. É verdade?
As pessoas idealizam muito quem está no palco. Acho que quem está segurando uma guitarra se torna mais atraente do que quem está com uma calculadora na mão. Eu mesma achava os meninos de banda o máximo. Hoje cansei um pouco dessa festa. Já aproveitei bastante. Queria arranjar um namorado de outra área, tipo um arquiteto. Músico só fala de música.
Existem boatos de que você teve um caso com o Tom York, vocalista do Radiohead.
Não é bem assim. Eu sou amiga da namorada dele. E ele é muito baixinho! Eu gosto de homem alto. Mas não vou dizer que não existiu um clima de sedução.
Como é o seu relacionamento com as pessoas das outras bandas inglesas?
A gente se dá muito bem com todo mundo. Somos todos muito brincalhões e naturais. Existe muita disputa entre as bandas de lá, mas a gente fica fora disso, ainda bem.
Como é voltar como pop star?
É maravilhoso! Estava louca para mostrar o meu país para os garotos. Da próxima vez quero alugar um jipão e ir até o Rio com toda a turma pelo litoral.



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