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VIOLÊNCIA
Três carcereiros e um eletricista foram mantidos como reféns durante 24 h em Presidente Venceslau
Preso é assassinado em rebelião em SP
da Agência Folha
Três agentes carcerários e um
eletricista foram libertados ontem
às 8h30 no fim da rebelião na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (no interior de São Paulo).
Eles ficaram 24 horas em poder
dos presos.
Gilmar da Silva, 31, condenado
por assalto e homicídio, foi morto
pelos companheiros com golpes
de estiletes. A rebelião teve início
às 8h10 de anteontem. O movimento envolvia 39 presos da ala
de segurança máxima.
A Penitenciária 2 de Presidente
Venceslau (635 km a oeste de São
Paulo), inaugurada há dois meses, tem 823 presos. A capacidade
é para 896 detentos.
Os rebelados teriam simulado
um problema elétrico nas celas
para atrair os funcionários, mantidos como reféns.
Os detentos estavam com cacos
de vidros e ameaçaram matar os
reféns.
O motim ficou restrito ao pavilhão disciplinar -destinado a
presos considerados de alta periculosidade.
Na manhã de anteontem, a Polícia Militar cercou o presídio e tomou as muralhas. No final da tarde, chegaram a tropa de choque e
o Corpo de Bombeiros.
Às 19h30 chovia forte. A polícia
estava equipada para quebrar o
muro do presídio. Isso porque a
arquitetura do prédio não permite a entrada de pelotão de soldados no corredor interno que dá
acesso ao local da rebelião.
Reivindicação
O juiz-corregedor dos presídios
na região, Antonio José Machado
Dias, negociou com os presos
desde as 15h30 de anteontem.
Os rebelados reivindicavam
transferência para a capital, onde
a maioria tem familiares. Eles
também pediam telefones celulares, para conversar com parentes.
Com a morte de Gilmar da Silva, supostamente assassinado por
outros presos porque teria importunado uma visita de outro detento, a negociação foi temporariamente suspensa.
Transferência
Durante a madrugada de ontem, o diretor da Coordenadoria
dos Estabelecimentos Penitenciários, Lourival Gomes, assumiu a
negociação com os rebelados.
Quatorze presos foram transferidos para outros presídios de São
Paulo.
Os detentos conhecidos como
Márcio Cobra, Pixote, Basquete e
Fabinho foram apontados como
os líderes do motim.
Pessoas que participaram da
negociação com os presos apontaram a inexperiência como causa
da rebelião. Por ser um presídio
inaugurado há pouco tempo, os
agentes carcerários não teriam tido cautela suficiente no momento
no qual entraram na cela para trocar uma lâmpada.
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