São Paulo, Quarta-feira, 29 de Dezembro de 1999


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VIOLÊNCIA
Três carcereiros e um eletricista foram mantidos como reféns durante 24 h em Presidente Venceslau
Preso é assassinado em rebelião em SP

da Agência Folha

Três agentes carcerários e um eletricista foram libertados ontem às 8h30 no fim da rebelião na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (no interior de São Paulo). Eles ficaram 24 horas em poder dos presos.
Gilmar da Silva, 31, condenado por assalto e homicídio, foi morto pelos companheiros com golpes de estiletes. A rebelião teve início às 8h10 de anteontem. O movimento envolvia 39 presos da ala de segurança máxima.
A Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (635 km a oeste de São Paulo), inaugurada há dois meses, tem 823 presos. A capacidade é para 896 detentos.
Os rebelados teriam simulado um problema elétrico nas celas para atrair os funcionários, mantidos como reféns.
Os detentos estavam com cacos de vidros e ameaçaram matar os reféns.
O motim ficou restrito ao pavilhão disciplinar -destinado a presos considerados de alta periculosidade.
Na manhã de anteontem, a Polícia Militar cercou o presídio e tomou as muralhas. No final da tarde, chegaram a tropa de choque e o Corpo de Bombeiros.
Às 19h30 chovia forte. A polícia estava equipada para quebrar o muro do presídio. Isso porque a arquitetura do prédio não permite a entrada de pelotão de soldados no corredor interno que dá acesso ao local da rebelião.

Reivindicação
O juiz-corregedor dos presídios na região, Antonio José Machado Dias, negociou com os presos desde as 15h30 de anteontem.
Os rebelados reivindicavam transferência para a capital, onde a maioria tem familiares. Eles também pediam telefones celulares, para conversar com parentes.
Com a morte de Gilmar da Silva, supostamente assassinado por outros presos porque teria importunado uma visita de outro detento, a negociação foi temporariamente suspensa.

Transferência
Durante a madrugada de ontem, o diretor da Coordenadoria dos Estabelecimentos Penitenciários, Lourival Gomes, assumiu a negociação com os rebelados. Quatorze presos foram transferidos para outros presídios de São Paulo.
Os detentos conhecidos como Márcio Cobra, Pixote, Basquete e Fabinho foram apontados como os líderes do motim.
Pessoas que participaram da negociação com os presos apontaram a inexperiência como causa da rebelião. Por ser um presídio inaugurado há pouco tempo, os agentes carcerários não teriam tido cautela suficiente no momento no qual entraram na cela para trocar uma lâmpada.


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