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FRAUDE
Estudantes pagavam até R$ 25 mil para assegurar vaga
PF descobre dublês de vestibulandos
JAIRO MARQUES
da Agência Folha
Uma quadrilha acusada de promover fraudes em vestibulares
usando "dublês" (pessoas bem-preparadas que faziam as provas
no lugar dos verdadeiros candidatos) está sendo desmantelada
pela Polícia Federal.
De acordo com a polícia, o grupo estaria atuando em dez Estados há pelo menos dois anos. As
investigações estão concentradas
em Pernambuco, onde foi preso
Francisco Alves Godin, 37, acusado de ser o líder da quadrilha.
Ele foi delatado por um dos
"dublês", George Evandro Barreto Medeiros, que prestou vestibular na Universidade Federal de
Pernambuco.
A universidade suspeitou de
Medeiros, que tirou uma nota
considerada muito alta no exame,
e pediu ajuda à Polícia Federal para investigar o caso. O dublê prestou a prova no lugar de um candidato à carreira de ciências biomédicas. O nome do vestibulando
não foi revelado.
Godin seria o responsável pela
contratação dos "dublês" e também pelos contatos com os estudantes. A PF apreendeu em sua
casa 81 carteiras de identidades
falsas, passagens aéreas e disquetes de computador.
Segundo a polícia, a quadrilha
cobrava de R$ 18 mil a R$ 25 mil
para que o "dublê" fizesse a prova
no lugar do verdadeiro candidato.
O preço variava de acordo com o
curso desejado e com a instituição
escolhida.
Os candidatos abriam contas
conjuntas com membros da quadrilha e faziam os depósitos no
valor combinado, segundo apurou a PF.
Sete pessoas acusadas de contratar a quadrilha foram descobertas por meio das identidades
apreendidas. Elas estavam se candidatando para o curso de medicina da Universidade Federal da
Paraíba.
Os "dublês" não chegaram a fazer as provas, mas, mesmo assim,
os estudantes foram indiciados.
Procurados
Além da Paraíba e de Pernambuco, a quadrilha também agia
em Alagoas, Bahia, Ceará, Pará,
Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande
do Norte e em São Paulo.
Oito "dublês" que fariam parte
do esquema estão sendo procurados pela polícia. Eles foram selecionados a partir da relação dos
candidatos aprovados em vestibulares.
A PF ainda não chegou a nomes
de pessoas que já estão na universidade tendo ingressado por meio
da ação dos "dublês".
A Agência Folha não conseguiu
localizar ontem o advogado de
Francisco Alves Godin.
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