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SEGURANÇA
De 12 vias que receberam lâmpadas mais fortes, 8 tiveram menos assaltos e 4 mantiveram os índices estáveis
Iluminação diminui roubos em até 63%
DO "AGORA"
A sensação de insegurança que
muita gente tem ao andar em
uma rua escura não é uma impressão, mas um risco -e alto-
de ser vítima de algum tipo de violência. Prova disso é um levantamento do número de roubos em
12 avenidas e praças de São Paulo
-escolhidas aleatoriamente-
que receberam nova iluminação
entre abril e agosto deste ano.
Um mês depois de instaladas
lâmpadas mais potentes, oito locais tiveram uma redução das
ocorrências em comparação ao
mês anterior. Há casos em que a
queda chegou a 63%. Nos outros
quatro, o índice ficou estável.
Os dados são da Secretaria de
Estado da Segurança Pública
-não incluem furtos e roubos de
carros- e não condizem com a
situação geral constatada na capital no mesmo período. Segundo a
secretaria, o número de ocorrências de roubo registrado na cidade
aumentou 10,27% entre o primeiro e o terceiro trimestre.
O projeto da nova iluminação
pública -troca de lâmpadas de
mercúrio pelas de vapor de sódio,
até seis vezes mais fortes- é uma
parceria entre a Prefeitura de São
Paulo e a Eletropaulo. Ele é bancado, em parte, pela taxa da luz e já
atingiu 150 avenidas. Para 2004, a
promessa é chegar à periferia.
O Ilume (Departamento de Iluminação Pública) prevê instalar
40 mil lâmpadas em vias longe do
centro, mas os bairros a serem
atendidos ainda não foram definidos. Prédios históricos também
serão beneficiados.
Um dos exemplos de redução
de roubos após a nova iluminação
é o da avenida Antártica (zona
oeste de SP). As lâmpadas novas
chegaram em maio; os roubos
caíram 63% comparando-se abril
com junho. Os números absolutos não foram divulgados.
Para o delegado Celso Damasceno, do 23º Distrito Policial, que
atende a região, a nova iluminação contribuiu para a redução da
criminalidade. "A luz já é uma
questão de segurança. Quando está vinculada ao trabalho policial, o
resultado é melhor", disse.
Na praça da Sé (centro), onde a
remodelação ocorreu em abril, a
queda registrada foi de 9%. Entre
os casos em que o índice de ocorrências ficou estável mesmo com
as lâmpadas novas estão os das
avenidas Sapopemba (zona leste)
e Duque de Caxias (centro).
Na avaliação da Secretaria de
Estado da Segurança Pública, a
iluminação, isoladamente, não é
determinante na redução de crimes, "mas, sim, um componente
facilitador do trabalho desenvolvido pelas polícias Militar e Civil".
De acordo com a secretaria, foram instaladas diversas unidades
de policiamento em algumas das
ruas com iluminação nova.
Andar na rua
Para a maioria dos pedestres e
moradores, porém, a "luz nova"
trouxe mais segurança e devolveu
hábitos há tempos abandonados,
como passear, a pé, à noite.
Para o taxista Gilmar Lemos, 48,
a iluminação na av. Antártica ajuda as vítimas de roubo a reconhecerem seus algozes. "A luz é um
benefício. Se não conseguir evitar
o assalto, pelo menos dá para ver
a cara do ladrão", ironizou.
Lemos trabalha em um ponto
de táxi na avenida. No ponto de
ônibus ao lado, a sensação de segurança dos passageiros não é diferente. A auxiliar de farmácia
Giovana Renê, 23, conta que, até
maio deste ano, os minutos de espera pelo ônibus eram intermináveis. Com as luzes mais potentes,
ela diz que "respira aliviada".
A dona-de-casa Cristina Gibelato, 36, conta que após a remodelação do sistema de iluminação da
av. Antártica voltou a caminhar à
noite, com seus três filhos pequenos, pela via. "Antes, tínhamos o
hábito de ir à lanchonete andando. Depois, com os frequentes
roubos, ficamos com medo e preferimos ficar em casa. Agora, com
a nova iluminação, sinto-me mais
segura", afirma a dona-de-casa.
Na opinião de Cristina, as ruas
sem iluminação, além de "meter
medo", facilitam a ação dos ladrões. "Os bandidos ficam mais à
vontade para agir em ruas escuras. Já tinha percebido que a rua
está mais tranquila", afirma.
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