São Paulo, quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

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Verba de subsídio é queimada, diz engenheiro

DE SÃO PAULO

O valor gasto pela prefeitura em subsídios às empresas de ônibus poderia ser direcionado para a construção de mais corredores de ônibus, segundo o engenheiro Sergio Ejzenberg, mestre em transportes pela Escola Politécnica da USP. Há dez corredores na cidade, com 121 km.

 


Folha - Como avalia o reajuste das tarifa de ônibus?
Sergio Ejzenberg -
A tarifa não será de R$ 3. É muito maior, por causa do subsídio anual bilionário às empresas. Se a lógica indica que onde há mais passageiros, o custo diminui, por que os ônibus andam lotados e a nossa tarifa é cara? Primeiro, os ônibus não andam, porque não têm privilégio nas vias -como há poucos corredores, a velocidade é lenta.

O que deveria ser feito?
O dinheiro do subsídio é queimado. Se fosse investido em corredor, não precisaria ser gasto. Em vez de investir para aumentar a velocidade dos ônibus, a prefeitura faz obras inúteis, como viadutos e pontes. O gigantismo da cidade também afeta a tarifa, por conta de percursos longos e congestionamentos.

Além dos corredores, qual a solução?
O que precisamos é de metrô, com capacidade maior.

A tarifa maior pode inibir o uso do ônibus?
Os usuários podem ficar tentados a comprar a sua motocicleta: hoje com R$ 250 já se paga a prestação da moto, com vantagem de economizar tempo e ganhar produtividade e qualidade de vida. Mas a poluição e o risco de acidentes aumentam.


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