São Paulo, quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

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Antonio Prata estreia hoje em Cotidiano

Escritor e roteirista se propõe a "falar sobre a vida sem lide" e destacar a vida que simplesmente acontece

Aos 33 anos e com oito livros publicados, sua coluna será publicada às quartas-feiras; ele também irá estrear blog

LAURA CAPRIGLIONE
DE SÃO PAULO

O escritor e roteirista Antonio Prata, 33, estreia hoje como cronista no caderno Cotidiano. Sua missão, segundo ele mesmo, é cavar um espaço não jornalístico dentro do jornal. "Vou falar sobre a vida sem lide", diz, usando o jargão das redações para a parte do texto que concentra as informações principais.
Prata se propõe a vasculhar a vida miúda, aquela que simplesmente acontece -sem ser importante, inédita, original, sensacional ou espetacular, como é aquela que os jornalistas querem ter à mão todo o tempo, para virar notícia, reportagem.
O viés de Prata é o da classe média paulistana, "meio intelectual, meio de esquerda" (aliás, esse é o nome do livro de crônicas dele, recém-publicado pela Editora 34).
A cidadela de onde o cronista observa o mundo é o bairro de classe média de Perdizes, zona oeste da cidade, onde vive.
Nesse mesmo bairro fica a PUC (Pontifícia Universidade Católica), que teve o próprio Prata como aluno de ciências sociais (meio intelectual, meio de esquerda também?). Prata cursou ainda filosofia na USP e cinema na Faap. Não concluiu nada.
O leitor já pode esperar: o mundo das reuniões de condomínio, da vida no prédio, dos restaurantes por quilo, a invasão do petit gâteau, por exemplo, serão esquadrinhados nas colunas que publicará às quartas-feiras.
"Os jornais têm grandes articulistas, ensaístas, muitas pensatas. Meu objetivo é trabalhar no registro da crônica "old school'", promete, evocando o gênero de longa tradição brasileira, Rubem Braga que o diga.
Mas não se espere um olhar bonzinho. Já em sua crônica de estreia, Prata ironiza o festival de luzes "coreanas" que assola a decoração natalina na cidade.
É a oportunidade de propor o desafio de pensarmos sobre o ano que vai nascer em meio à afluência geral dos pobres. Assim é o cronista nada ingênuo, embora sempre divertido, que estreia hoje na Folha, depois de passagens como roteirista, quando escreveu para séries da HBO, Globo, MTV e Multishow (ele também foi colaborador da novela "Bang Bang", da Globo).
Prata, filho do também cronista Mario Prata e da jornalista Marta Góes, publicou oito livros, entre eles "As Pernas da Tia Corália", "Estive Pensando", "O Inferno Atrás da Pia" e "Adulterado". Ele também terá blog na Folha.com a partir de amanhã:

FOLHA.com

Acompanhe o blog de Antonio Prata em
folha.com/antonioprata



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