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MEC veta aluno novo em 2 cursos de medicina
Em outra instituição, vagas foram reduzidas; medida afeta 190 estudantes que já haviam sido aprovados em vestibular
Segundo o ministério, essas instituições têm, entre outros problemas, infraestrutura deficiente e corpo docente pouco qualificado
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Educação
determinou ontem a suspensão
do ingresso de novos alunos em
dois cursos de medicina e cortou vagas do 1º ano de mais um.
A Unimes (Universidade Metropolitana de Santos) não poderá atender a 30 dos 80 alunos
aprovados. A Universidade Severino Sombra, em Vassouras
(RJ), e o Centro de Ensino Superior de Valença (RJ) não poderão ter nenhum novo aluno.
As três instituições atingidas
dizem já ter realizado seus processos seletivos, em cada um
dos quais foram aprovados 80
alunos. Segundo o governo, porém, elas não têm condições
para receber os estudantes.
As medidas foram tomadas
após a avaliação de especialistas nomeados pelo MEC.
Entre os problemas apontados pelo ministério estão infraestrutura deficiente e corpo
docente pouco qualificado.
Além disso, são citadas disciplinas em desacordo com o que
é exigido nas diretrizes curriculares nacionais: "enfoque na
atenção especializada e no ensino hospitalocêntrico" na Unimes, "corpo clínico centrado
em especialidades, contrariando a diretriz nacional de formação generalista" no Centro de
Ensino Superior de Valença e
"ênfase excessiva em disciplinas básicas e redução de carga
horária de disciplinas clínicas"
na Severino Sombra.
Beatriz Rosa, 19, que entrou
no vestibular da Unimes ficou
sabendo da decisão do MEC pelo site de relacionamentos Orkut, mas achava que o corte não
atingiria os vestibulandos que
prestaram no ano passado. "Paguei uns R$ 4.000 de matrícula,
isso não pode acontecer."
De acordo com Maria Paula
Dallari Bucci, secretária de Ensino Superior do MEC, as deficiências mais graves terão de
ser sanadas em até seis meses.
Caso isso ocorra antes, os cursos poderão receber mais alunos, desde que tenham autorização do governo. Se a instituição não cumprir o que foi determinado no prazo, o curso
poderá ser descredenciado.
O MEC anunciou ontem
também que irá celebrar um
termo de compromisso com a
Universidade de Uberaba
(MG). Como as deficiências do
curso não foram consideradas
"gravíssimas", não há recomendação de corte de vaga.
O prazo para o cumprimento
das exigências do MEC, em relação à infraestrutura e à qualificação dos professores, entre
outros pontos, é de um ano.
Os quatro cursos fazem parte
de uma leva de 17 que obtiveram notas baixas no Enade
(Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), tanto na
nota obtida pelos universitários na prova, como no conceito
que mede o conhecimento que
as instituições agregaram.
Em dezembro, a pasta anunciou suspensão do vestibular
para medicina no campus de
Itaperuna (RJ) da Unig e redução das vagas dos vestibulares
do campus de Nova Iguaçu (RJ)
da Unig e na Ulbra, em Canoas
(RS). A Unig desrespeitou a determinação e realizou o professo seletivo, que acabou sendo
proibido pela Justiça.
A Unimar (Universidade de
Marília) também teve o vestibular suspenso, mas comprovou ter sanado parte de seus
problemas e obteve autorização para receber 50 alunos.
Outras oito instituições apenas assinaram termos de saneamento com o governo.
Colaboraram RAFAEL SAMPAIO e LUISA ALCANTARA E SILVA, da Reportagem Local
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