São Paulo, sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

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HÉLIO GRACIE (1913-2009)

Patriarca dos Gracie, precursor do jiu-jítsu

CAIO JOBIM
DA SUCURSAL DO RIO

Hélio Gracie, patriarca de uma família cujo sobrenome se tornou mundialmente associado ao jiu-jítsu -luta a qual se dedicou a partir da observação do judô-, morreu ontem, em Petrópolis, região serrana do Rio, aos 95.
Ele sofria de leucemia e estava internado no hospital da Beneficência Portuguesa na cidade serrana desde o último dia 28. A causa da morte, segundo o hospital, foi falência múltipla de órgãos.
Franzino, Hélio costumava ir, ainda menino, à academia de judô em que o irmão, 11 anos mais velho, dava aulas. A mãe não o deixava treinar, devido à sua saúde frágil.
Da observação, nasceu o chamado "brazilian jiu-jítsu", arte marcial que, dizia, "não depende da força".
"O jiu-jítsu não veio para o Brasil, eu é que o criei. Não existia. Meu irmão praticava o judô, mas eu era pouco afeito ao judô, porque exigia habilidade e força, e eu era muito fraco. De alguns golpes que vi, eu aperfeiçoei e criei o jiu-jítsu", explicou, em 2007, em entrevista na TV.
Via a luta como a possibilidade do triunfo do mais fraco.
Antes dos 16, já era professor. Aos 17, foi campeão brasileiro de luta livre, enfrentando lutadores de todos os estilos. Dizia ter perdido apenas três lutas em toda a vida -uma delas em 1951, no Maracanã, sob o olhar do presidente da República Getúlio Vargas, cujo filho Manoel Antônio viria a ser seu aluno. No ano seguinte, abandonou as competições e se dedicou à academia que manteve por 30 anos.
Atribuía a boa saúde que o acompanhava à prática esportiva e à dieta que excluía carne vermelha. Deixa a mulher Vera e nove filhos, entre eles os discípulos Rickson, Royce, Royler, Relson, Rórion, Rolker e Robyn. Foi enterrado ontem, no Cemitério Municipal de Petrópolis.

obituario@grupofolha.com.br


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