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HÉLIO GRACIE (1913-2009)
Patriarca dos Gracie, precursor do jiu-jítsu
CAIO JOBIM
DA SUCURSAL DO RIO
Hélio Gracie, patriarca de
uma família cujo sobrenome
se tornou mundialmente associado ao jiu-jítsu -luta a
qual se dedicou a partir da
observação do judô-, morreu ontem, em Petrópolis,
região serrana do Rio, aos 95.
Ele sofria de leucemia e estava internado no hospital da
Beneficência Portuguesa na
cidade serrana desde o último dia 28. A causa da morte,
segundo o hospital, foi falência múltipla de órgãos.
Franzino, Hélio costumava ir, ainda menino, à academia de judô em que o irmão,
11 anos mais velho, dava aulas. A mãe não o deixava treinar, devido à sua saúde frágil.
Da observação, nasceu o chamado "brazilian jiu-jítsu",
arte marcial que, dizia, "não
depende da força".
"O jiu-jítsu não veio para o
Brasil, eu é que o criei. Não
existia. Meu irmão praticava
o judô, mas eu era pouco
afeito ao judô, porque exigia
habilidade e força, e eu era
muito fraco. De alguns golpes que vi, eu aperfeiçoei e
criei o jiu-jítsu", explicou, em
2007, em entrevista na TV.
Via a luta como a possibilidade do triunfo do mais fraco.
Antes dos 16, já era professor. Aos 17, foi campeão brasileiro de luta livre, enfrentando lutadores de todos os
estilos. Dizia ter perdido
apenas três lutas em toda a
vida -uma delas em 1951, no
Maracanã, sob o olhar do
presidente da República Getúlio Vargas, cujo filho Manoel Antônio viria a ser seu
aluno. No ano seguinte,
abandonou as competições e
se dedicou à academia que
manteve por 30 anos.
Atribuía a boa saúde que o
acompanhava à prática esportiva e à dieta que excluía
carne vermelha. Deixa a mulher Vera e nove filhos, entre
eles os discípulos Rickson,
Royce, Royler, Relson, Rórion, Rolker e Robyn. Foi enterrado ontem, no Cemitério
Municipal de Petrópolis.
obituario@grupofolha.com.br
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