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Kassab veta projeto que estendia lei do Psiu por 1 h
Texto foi aprovado em dezembro na Câmara; autora é Soninha, hoje subprefeita da Lapa
Prefeito alegou que o projeto fere o Plano Diretor e a lei de zoneamento; Kassab já foi mais ousado em outras ocasiões, afirma Soninha
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito Gilberto Kassab
(DEM) vetou ontem o projeto
de lei que estendia por uma hora o período de restrição de ruídos em São Paulo.
De autoria da ex-vereadora
Soninha Francine (PPS), hoje
subprefeita da Lapa, o projeto
havia sido aprovado em dezembro pela Câmara Municipal.
Segundo o texto vetado, as
regras do Psiu passariam a valer das 22h às 8h e não mais das
22h às 7h, como atualmente.
Nos domingos e feriados, o horário de restrição iria até as 9h,
segundo a proposta rejeitada
-atualmente vai até as 7h.
Soninha pretendia atender
aos paulistanos que trabalham
até mais tarde e, por isso, acordam mais tarde. Segundo ela,
essas pessoas sofrem com o barulho das obras na cidade.
Nas razões do veto, Kassab
alegou que o projeto fere o Plano Diretor e a lei de zoneamento, que regulam e orientam a legislação dos horários de restrição e os limites de ruídos.
Se os vereadores quisessem
fazer qualquer alteração do gênero, diz o texto do veto, precisariam de uma aprovação com
dois terços de apoio da Câmara,
e não do apoio da maioria simples, como ocorreu na votação
de dezembro.
Naquela ocasião, logo após a
votação, o Sinduscon, sindicato
que representa o setor da construção civil, divulgou nota criticando a iniciativa da Câmara. A
entidade afirmou que o projeto,
se sancionado por Kassab, traria problemas para os 300 mil
trabalhadores da construção
civil, que teriam de começar a
trabalhar mais tarde, causando
problemas na sua locomoção e
consequentes prejuízos para o
transporte e para o trânsito.
O então secretário da Habitação e atual titular da pasta de
Controle Urbano, Orlando de
Almeida Filho, defendeu publicamente que o prefeito vetasse
o projeto.
A ex-vereadora Soninha lamentou o veto. "Em outras ocasiões o prefeito foi mais ousado", afirmou a subprefeita. "É
curioso que seja tão grande a
pressão pelo silêncio à noite e
tão fraca a pressão pelo silêncio
na manhã."
A pesquisa DNA Paulistano/
Datafolha, que ouviu 28.389
pessoas em 2008, mostrou que
Pinheiros e Consolação são os
distritos com maior porcentagem de moradores que apontam o barulho como o principal
problema de onde vivem.
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