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ARTUR SCHMIDT (1922-2010)
Um vovô na história da Oktoberfest
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao contrário das últimas
26 edições da Oktoberfest, a
festa do chope mais tradicional do país, neste ano ninguém ouvirá em Blumenau
(SC) o Opa do Bandoneon.
Opa, em alemão, significa
vovô. Bandoneon é uma espécie de acordeão. O apelido
era de Artur Schmidt, que fez
88 anos na quinta-feira, 21, e
morreu no dia seguinte.
Nascido em Blumenau,
seu Artur apenas arranhava
o português. A língua que
usava no dia a dia era o alemão, herança de família.
Aos nove anos, começou a
se interessar por música e
acabou aprendendo sozinho
a tocar, conta a filha Regina.
Não parou mais -gravou inclusive dois CDs, com músicas tradicionais e próprias.
A alegria para ele era tocar
em bailes, casamentos ou
aniversários -e, lógico, na
festa do chope. No ano passado -já com a saúde debilitada-, apresentou-se em apenas 6 dos 18 dias da Oktoberfest, usando os tradicionais
chapéu, camisa e colete.
Por longos anos, trabalhou
como carpinteiro e pedreiro.
Nos fundos de casa, mantinha uma criação de abelhas.
Todo ano, em outubro, coletava o mel para vender.
A habilidade musical ele
não passou aos filhos. Os únicos que tiveram contato com
o instrumento foram um neto e o sobrinho-neto, que poderá substituí-lo na festa.
Dias antes de morrer, de
problemas respiratórios e
cardíacos, Artur pediu para
ouvir suas músicas gravadas.
Deixa viúva, oito filhos, 16
netos e 20 bisnetos.
coluna.obituario@uol.com.br
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