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DEPENDÊNCIA
Grupo aponta que a idade em que a pessoa tem primeiro contato com álcool vem diminuindo a cada ano
Aos, 50 anos, AA reúnem 100 mil clientes
RONI LIMA
da Sucursal do Rio
O AA (Alcoólicos Anônimos) no
Brasil fez 50 anos e terminou as comemorações ontem no Rio. O
principal objetivo é aumentar os
grupos da entidade no país, que já
reúne cerca de 100 mil membros.
Para divulgar o aniversário, foi
lançada campanha gratuita em
TVs, rádios e jornais. ``A idéia é
atrairmos mais gente'', diz o presidente nacional do AA, psiquiatra
Luiz Renato Carazzai, 37.
Profissionais como Carazzai e
outros envolvidos com o alcoolismo consideram importante que o
dependente entenda que sua doença tem cura, desde que se interrompa o uso do álcool.
``A única coisa que a pessoa perde é o direito de beber socialmente.
Ela tem que evitar o primeiro gole,
pois a doença se reinstala rapidamente'', disse Carazzai, do Serviço
de Psiquiatria da Universidade Federal do Paraná.
A dependência leva de cinco a
seis anos para se desenvolver, por
isso é mais difícil identificar adolescentes doentes. A dependência é
registrada a partir dos 18.
Mas, segundo especialistas, o
uso do álcool se agrava a tal ponto
que vem diminuindo a idade em
que a pessoa toma o primeiro gole.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Philipe Pinel, em 96, no Rio,
junto a 320 dependentes, apontou
que 40% tiveram o primeiro contato com o álcool aos 11 anos.
Dos pesquisados (pessoas com
18 anos para cima), cerca de 20%
beberam pela primeira vez aos 17.
``A garotada bebe firme'', diz o
psiquiatra Marcos Miceli, 40, que
trabalha na emergência do Pinel.
Entre os dependentes pesquisados, 70% eram homens. Segundo
Miceli, das mulheres internadas,
70% faziam o uso de bebidas alcoólicas com tranquilizantes.
O alcoolismo pode ser identificado por problemas ligados à perda
de coordenação motora, brigas
com amigos e familiares, atrasos e
afastamento do emprego.
A dependência causa insuficiência hepática, doenças coronarianas, perda de memória e capacidade intelectual e cirrose. ``A demência é o fim de linha. O tecido
cerebral é destruído. A pessoa lembra de um passado remoto, sem ligar fatos'', disse Miceli.
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