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ADMINISTRAÇÃO
Orientação de assessores de Serra é que pefelista participe de vários eventos para evitar avaliação ruim do novo governo
PSDB monta agenda para apresentar Kassab
CONRADO CORSALETTE
FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL
O vice-prefeito de São Paulo,
Gilberto Kassab (PFL), terá agenda cheia em sua primeira semana
como chefe do Executivo da cidade mais importante do país.
Trata-se de uma estratégia
montada pela equipe do titular
José Serra (PSDB), que tem até
amanhã para renunciar e estar
apto a disputar o governo do Estado. A superexposição do pefelista
seria uma forma de evitar queda
brusca da avaliação da administração por parte do paulistano.
Para assessores diretos de Serra,
a avaliação positiva da gestão
-44% dos entrevistados a consideraram ótima ou boa, segundo a
última pesquisa Datafolha- e do
prefeito (50% afirmam ser ótimo
ou bom) se devem, entre outros
motivos, ao fato de o tucano estar
sempre em exposição, participando de vários eventos públicos.
Uma má avaliação do início da
gestão Kassab, temem tucanos,
poderá prejudicar Serra na campanha ao governo.
"A orientação é não parar de
aparecer", diz um dos assessores.
Na segunda-feira, o pefelista, que
já estará efetivado no cargo de
prefeito, deve inaugurar um posto
da AMA (Assistência Médica
Ambulatorial) na Vila Guilherme,
zona norte. Na terça-feira, Kassab
tem marcado um evento de lançamento de um laboratório de exames de alta resolução com o qual
a prefeitura estará conveniada.
Ontem, os responsáveis pela
agenda do chefe do Executivo
municipal buscavam outras atividades para Kassab. A idéia é que
ele tenha, pelo menos, uma aparição pública por dia. Não está descartada a realização de eventos
ainda neste final de semana.
Os vereadores da base de Serra e
alguns integrantes do "centrão",
grupo de parlamentares da Câmara Municipal que se diz independente, também farão sua parte: se propuseram a "apresentar"
Kassab a suas bases nos eventos.
Máquina na mão
Ainda como estratégia para evitar desgastes na campanha, Serra
fechou um acordo com Kassab
segundo o qual a maior parte da
atual equipe da administração será mantida pelo menos até o final
das eleições, em outubro.
Com isso, o tucano tentaria
aplacar o desgaste de renunciar ao
mandato um ano e três meses depois da posse, mesmo tendo assinado um documento no qual se
comprometia a ficar quatro anos
à frente da prefeitura. O acordo
tem outra vantagem: a máquina
municipal ficaria nas mãos do
PSDB durante toda a campanha.
As subprefeituras, por exemplo,
não foram divididas entre os aliados da Câmara Municipal. Órgãos de contato direto com a população, elas foram ocupadas por
indicados pelo próprio Serra ou
por auxiliares diretos, como Walter Feldman (ex-secretário de
Subprefeituras) e Aloysio Nunes
Ferreira (secretário de Governo).
Ontem, em evento à noite, Serra
se recusou a tratar de política.
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