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IPT barra retomada de obras da linha amarela do metrô
Primeiros pareceres do instituto de pesquisas condenam as normas de segurança adotadas pelo Consórcio Via Amarela
Exigências podem atrasar em seis meses a liberação dos trabalhos; o Metrô, o Ministério Público e o consórcio não confirmam
ROGÉRIO PAGNAN
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Os primeiros pareceres do
IPT (Instituto de Pesquisas
Tecnológicas) sobre as obras da
linha 4-amarela do metrô de
São Paulo condenaram as normas de segurança adotadas pelo Consórcio Via Amarela e não
autorizaram a retomada nas
frentes de trabalho.
As obras das 23 frentes da linha 4-amarela estão paralisadas desde o mês passado após o
Ministério Público Estadual
exigir a total garantia de segurança ao consórcio e ao Metrô.
Os primeiros relatórios se referem a quatro delas: Caxingui-Três Poderes, Três Poderes-Caxingui, Três Poderes-Butantã e Caxingui-Morumbi.
A linha é a mesma onde aconteceu o acidente na futura estação Pinheiros, na zona oeste da
capital, e que matou sete pessoas soterradas e desalojou
mais de 70 famílias vizinhas.
Para uma garantia incontestável, ficou acordado que o consórcio contrataria uma empresa especializada para analisar a
segurança da obra. Esses laudos, por sua vez, seriam submetidos ao IPT para serem referendados. E foi o que aconteceu, mas o resultado não foi o
desejado pelo consórcio formado pela Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e
Andrade Gutierrez.
"Os relatórios estabelecem a
necessidade de demonstração
de uma série de providências
relacionadas com a segurança
da obra", diz nota enviada pelo
Metrô à Folha, sem informar o
teor das exigências.
Por dois dias a reportagem
solicitou ao consórcio o resultado dos laudos, já que o IPT se
negou a informá-los em nome
de uma política de fidelidade ao
cliente. O instituto receberá
das empreiteiras R$ 1,8 milhão
pelo serviço.
Na noite de ontem, o consórcio divulgou uma nota em que
confirmava o resultado negativo, somente após a Folha informar conhecer parte do teor
dos documentos. "Nos laudos,
o IPT pede informações adicionais e demonstrações de procedimentos que serão encaminhados nos próximos dias para
possibilitar a liberação dessas
frentes de obras", diz trecho.
Conforme o Metrô, o Ministério Público deve receber hoje
os representantes da estatal, do
consórcio e do IPT para discutir os pareceres.
O objetivo do consórcio de
construtoras será demonstrar
"que as providências relacionadas estão em concordância
com as normas técnicas observadas no empreendimento."
A Folha solicitou cópias dos
pareceres ao Consórcio Via
Amarela e à Promotoria, mas o
pedido não foi atendido.
De acordo com pessoas ligadas ao Ministério Público, as
exigências do IPT podem atrasar em seis meses a liberação. A
Promotoria, o Metrô e o consórcio não confirmam.
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