São Paulo, quarta-feira, 30 de março de 2011

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Empresas extrapolam preço pedido pelo Metrô

Justiça manda envelopes de licitação serem abertos

DE SÃO PAULO

A abertura de todas as propostas comerciais da licitação para a linha 5-lilás do metrô de São Paulo, determinada pela Justiça, mostra que em cinco dos sete lotes as concorrentes apresentaram preços superiores ao estimado pelo governo. Exceção foram as empresas vencedoras.
Para o especialista Paulo Baselli, consultor e autor de livros sobre licitações, a probabilidade de ocorrer esse tipo de resultado sem um acerto prévio é muito pequena.
"Ou isso aconteceu por uma obra divina, ou esse pessoal certamente conversou [para acertar valores]", afirmou Baselli, comentando o caso sem ter acesso ao nome das empresas participantes.
A execução da obra da linha lilás, estimada em cerca de R$ 4 bilhões, está suspensa por determinação da Justiça por suspeita de fraude. A licitação pode ser anulada.
Os indícios foram revelados pela Folha no ano passado. Reportagem registrou quem seriam os vencedores, em documento e em vídeo, seis meses antes da divulgação oficial pelo governo.
Pelas regras da licitação, os participantes só poderiam vencer em um dos lotes. Ao ganharem um deles, suas propostas para os outros lotes permaneceriam lacradas.
Os consórcios negam irregularidades ou combinação.
A direção do Metrô diz que vai analisar as informações obtidas até agora "no processo em que avalia a invalidação ou não dos contratos".
"O Metrô não pode (...) antecipar nenhum juízo de valor", afirma nota divulgada pela companhia paulista.
Para o especialista Carlos Ari Sundfeld, os dados até agora revelados apontam para algo anormal, mas, sozinhos, são insuficientes para dizer que houve conluio.


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