São Paulo, sexta-feira, 30 de abril de 2004

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Vencedores são investigados

DA REPORTAGEM LOCAL

Os consórcios que devem ser declarados vencedores da licitação da coleta de lixo na cidade de São Paulo têm empresas investigadas pelo Ministério Público Estadual e que estiveram entre as principais doadoras de campanha da prefeita Marta Suplicy (PT).
A Vega, líder do consórcio São Paulo Limpeza Urbana, foi a principal doadora da campanha petista em 2000 -doou R$ 500 mil. Ela é um dos maiores grupos mundiais do setor, com braços na França e na Bélgica e presente em 23 municípios brasileiros.
A empresa esteve, ao lado da Enterpa (atual Qualix), Cliba e Queiroz Galvão, entre as prestadoras de serviço que dominaram a maioria dos contratos de limpeza na capital paulista desde as gestões Paulo Maluf e Celso Pitta.
A Promotoria de Justiça da Cidadania recebeu 24 representações de irregularidades nessa área entre 1999 e 2001.
Na administração Marta Suplicy, são cinco investigações em andamento até agora -incluindo uma sobre contratações emergenciais de janeiro de 2001 e uma baseada em denúncias de um participante da licitação.

Mudanças
A SPL, que acabou se unindo ao consórcio São Paulo Limpeza Urbana, da Vega, denunciou suposto direcionamento da concorrência para favorecer os maiores grupos, incluindo a Vega.
A SPL defendia que a coleta em São Paulo fosse dividida em mais de duas áreas -hoje há oito lotes para esses serviços. No segundo semestre de 2003, a empresa se uniu à Vega e à Cavo. A SPL afirma que houve mudanças no edital que desconfigurariam essas acusações.
Essa investigação da licitação da coleta de lixo também apura a participação da LOT no consórcio Bandeirantes 2. Conforme revelou a Folha no dia 10 de março, a empresa tinha em sua diretoria, até 28 de julho de 2003, Roberto Luiz Bortolotto, secretário de Infra-Estrutura Urbana da gestão Marta Suplicy desde 2001.
Bortolotto diz que deixou a empresa em 2000, embora a alteração na Junta Comercial date de 2003, às vésperas da licitação. A LOT, que estava sem serviços havia três anos, voltou ao mercado e foi chamada para integrar o consórcio por atender a uma exigência da licitação: um atestado de operação de usinas de compostagem na quantidade mínima de 9.000 toneladas por mês, que ela conseguiu depois de contratos do governo Luiza Erundina (89-92).


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