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Vencedores são investigados
DA REPORTAGEM LOCAL
Os consórcios que devem ser
declarados vencedores da licitação da coleta de lixo na cidade de
São Paulo têm empresas investigadas pelo Ministério Público Estadual e que estiveram entre as
principais doadoras de campanha
da prefeita Marta Suplicy (PT).
A Vega, líder do consórcio São
Paulo Limpeza Urbana, foi a principal doadora da campanha petista em 2000 -doou R$ 500 mil.
Ela é um dos maiores grupos
mundiais do setor, com braços na
França e na Bélgica e presente em
23 municípios brasileiros.
A empresa esteve, ao lado da
Enterpa (atual Qualix), Cliba e
Queiroz Galvão, entre as prestadoras de serviço que dominaram
a maioria dos contratos de limpeza na capital paulista desde as gestões Paulo Maluf e Celso Pitta.
A Promotoria de Justiça da Cidadania recebeu 24 representações de irregularidades nessa área
entre 1999 e 2001.
Na administração Marta Suplicy, são cinco investigações em
andamento até agora -incluindo
uma sobre contratações emergenciais de janeiro de 2001 e uma
baseada em denúncias de um participante da licitação.
Mudanças
A SPL, que acabou se unindo ao
consórcio São Paulo Limpeza Urbana, da Vega, denunciou suposto direcionamento da concorrência para favorecer os maiores grupos, incluindo a Vega.
A SPL defendia que a coleta em
São Paulo fosse dividida em mais
de duas áreas -hoje há oito lotes
para esses serviços. No segundo
semestre de 2003, a empresa se
uniu à Vega e à Cavo. A SPL afirma que houve mudanças no edital que desconfigurariam essas
acusações.
Essa investigação da licitação da
coleta de lixo também apura a
participação da LOT no consórcio
Bandeirantes 2. Conforme revelou a Folha no dia 10 de março, a
empresa tinha em sua diretoria,
até 28 de julho de 2003, Roberto
Luiz Bortolotto, secretário de Infra-Estrutura Urbana da gestão
Marta Suplicy desde 2001.
Bortolotto diz que deixou a empresa em 2000, embora a alteração na Junta Comercial date de
2003, às vésperas da licitação. A
LOT, que estava sem serviços havia três anos, voltou ao mercado e
foi chamada para integrar o consórcio por atender a uma exigência da licitação: um atestado de
operação de usinas de compostagem na quantidade mínima de
9.000 toneladas por mês, que ela
conseguiu depois de contratos do
governo Luiza Erundina (89-92).
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