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De cada 10 alunos de escolas técnicas "top", 6 vêm da rede privada
Relação candidato/vaga no "vestibulinho" de escola técnica pública em São Paulo fica próxima da enfrentada por quem tentou medicina
Melhores da cidade são o IFSP e a ETE; para passar na seleção, muitos estudantes fizeram cursinhos preparatórios pagos
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Seis de cada dez alunos das
duas melhores escolas técnicas
da cidade de São Paulo estudaram em colégios particulares.
Para entrar nas técnicas, passaram por uma espécie de "vestibulinho", quase tão concorrido
quanto o vestibular para o curso de medicina da USP.
Muitos, inclusive, fizeram
cursinhos preparatórios pagos
em instituições especializadas.
A seleção é um dos fatores
apontados pelo IFSP -Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo,
que até 2008 era chamado de
Centro Federal de Educação
Tecnológica de São Paulo (Cefet)- e pela ETE-SP (Escola
Técnica Estadual de São Paulo)
para o bom desempenho obtido
no Enem (Exame Nacional do
Ensino Médio).
A primeira ficou em quarto
lugar no ranking de escolas da
capital e a segunda, em nono.
O aluno Murilo Grosckitz Almeida, 17, por exemplo, só estudou em colégios particulares
até o último ano do ensino fundamental. Ele cursa o último
ano do ensino médio na ETE.
No ano que vem, pretende
cursar engenharia na Escola
Politécnica da USP, cuja relação candidato/vaga, 15, foi próxima da apresentada pela escola técnica (10).
Na ETE-SP, apenas 30% dos
560 alunos (160 do último ano)
fazem junto com o ensino médio algum dos cursos técnicos
oferecidos pela escola.
Todos têm acesso, no entanto, à mesma estrutura: quatro
laboratórios de informática,
cinco de eletrônica e um multidisciplinar (para aulas de biologia, física e química), além de
uma biblioteca com 26 mil
exemplares, que é "padrão internacional", diz o diretor Carlos Augusto de Maio.
Na melhor escola estadual de
ensino regular (não técnico) do
ranking da capital, a Maestro
Fabiano Lozano (zona sul), a
biblioteca tem 3.000 livros.
No IFSP, a relação candidato/vaga do ensino médio não
profissionalizante foi de 30,1
em 2007, último ano em que a
instituição aceitou novos estudantes para o ensino médio regular. Essa média é quase igual
à apresentada pelo curso de
medicina da USP (34,97).
Como 60% dos alunos do
IFSP (incluindo todos os cursos), assim como os da ETE-SP,
são oriundos de escolas particulares, o instituto passou a
adotar desde o último vestibulinho uma espécie de bonificação para os alunos de escola pública -eles têm 10% de acréscimo na média final. O ETE-SP
faz isso desde 2005.
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