São Paulo, domingo, 30 de maio de 2004

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PLANTÃO MÉDICO

Frustração recíproca separa casal

JULIO ABRAMCZYK

Atualmente, qualquer crise conjugal é suficiente para resultar em separação do casal. "A capacidade das pessoas em suportar e lidar com frustrações está muito reduzida", destacou a psicóloga Ruth Blay Levisky, em trabalho apresentado durante o 1º Congresso Internacional de Terapia Psicanalítica de Casal e Família, em Paris, na semana passada.
A autora do trabalho "Casamento ameaça? Um conflito de heranças" é terapeuta de casal e família e doutora em genética pela Universidade de São Paulo.
Levisky observa em seu estudo que os casais mostram grande dificuldade para sustentar compromissos e suportar diferenças e frustrações. E explica que, como o mundo de hoje é imediatista, competitivo e pouco tolerante, estes fatores acabam aumentando o número de separações conjugais.
A autora analisa também as repercussões e transformações nas relações de amor, ódio e ilusão-desilusão em um casal que viveu momentos de intensa paixão enquanto amantes -vivendo por muitos anos em localidades diferentes- e de violência e agressividade depois de uma lua de mel paradisíaca, quando se casaram e passaram a morar juntos.
Após o casamento, conclui a autora, as brigas se tornam mais aparentes porque a relação já se caracterizava por controle, competitividade, impulsividade e dificuldades na comunicação. Neste caso, o casamento representaria a desilusão de uma ilusão.


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