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TERROR DOS PAULISTAS
Suposto líder de quadrilha que realizou 15 ações entre 1994 e 2003 estava foragido desde 1989
Acusado de seqüestros é preso na Argentina
MAELI PRADO
DE BUENOS AIRES
O argentino Alberto Galvalisi,
52, acusado pela polícia de São
Paulo de liderar uma das principais quadrilhas de seqüestradores
do Estado, foi preso quinta em
Mar del Plata (Argentina).
A quadrilha é suspeita de realizar 15 seqüestros de 1994 a 2003. O
grupo usava táticas de guerrilha e
tinha ligações com organizações
terroristas, segundo a polícia. Para forçar o pagamento do resgate
exigido, o bando tirava fotos da
vítima com armas na cabeça e
mandava para a família.
Galvalisi, que na Argentina usava o nome de Jairo dos Santos, é
considerado pelo Denarc (Departamento de Investigações Sobre
Narcóticos) um dos líderes, ao lado de Pedro Ciechanovicz, o "Pedrão", de uma das maiores quadrilhas de seqüestradores que
atuam do Brasil.
Ciechanovicz foi preso pelo Denarc em fevereiro de 2003. Na
ocasião, ele telefonou pedindo aos
integrantes do bando que soltassem o empresário João Bertin, 82,
dono da rede de frigoríficos Bertin, seqüestrado havia 155 dias.
O argentino, que também teria
vínculos com o tráfico de drogas,
é suspeito de estar ligado a pelo
menos um seqüestro ainda em
andamento no interior paulista.
Segundo declarações da polícia
argentina à imprensa local, a suspeita é que o argentino, que retornou ao país vizinho no ano passado, comandava uma quadrilha de
roubos e furtos de carros na Argentina enquanto monitorava seqüestros em curso no Brasil.
Prisões anteriores
O seqüestrador argentino já havia sido preso no Brasil em 1982
por liderar uma quadrinha de traficantes internacionais formada
por brasileiros, portugueses e libaneses. Na época, Galvalisi foi
acusado pelo seqüestro do empresário Carlos de Oliveira Gonçalves e do estudante Fernando
Caetano, filho de um empresário.
Foi condenado a 20 anos de prisão. Em 1986, foi levado para a penitenciária de Piraquara, no Paraná, onde conheceu Ciechanovicz.
Galvalisi fugiu da penitenciária
em 1989, enquanto Ciechanovicz
cumpriu 18 anos de pena em regime semi-aberto e fugiu em 1995.
Entre as vítimas da quadrilha,
estão o empresário Roberto Benito Júnior, dono das Lojas Cem, libertado em 30 de janeiro de 2002,
no sul de Minas Gerais, após 120
dias seqüestrado. O resgate foi de
US$ 800 mil (ou R$ 1,9 milhão).
Segundo publicou anteontem o
jornal argentino "Clarín", existem
evidências de que o argentino tenha recebido treinamento das
Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Galvalisi, procurado na Argentina por contrabando, não resistiu
à prisão. O argentino vivia com a
esposa, brasileira, e dois filhos em
uma casa de alto padrão na zona
sul de Mar del Plata.
O acusado não falou com a imprensa local.
Colaborou ALEXANDRE HISAYASU, da
Reportagem Local
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