São Paulo, quarta-feira, 30 de maio de 2007

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"Leitor de face" é destaque em feira de segurança

DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Até o prefeito Gilberto Kassab já instalou o seu: depois dos alarmes e câmeras de segurança, os leitores de biometria -aparelhos que reconhecem o morador da casa por digitais, íris ou formato da face para abrir a fechadura- são a aposta do mercado de segurança para as classes alta e média alta.
"Calculamos que São Paulo já tenha cerca de 40 mil pontos de acesso por biometria, entre casas, escritórios e empresas de serviço, como academia de ginástica", diz Ricardo Netto, gerente de marketing da Telemática, uma das empresas expositoras na Exposec, feira voltada ao mercado de segurança que começou ontem, no Centro de Exposições Imigrantes.
No ano passado, a Exposec não teve expositores de destaque no mercado de biometria. Neste ano, são dez estandes. "A biometria é a aposta do mercado", diz Oswaldo Oggiam, diretor da Abese (Associação Brasileira de Sistemas Eletrônicos de Segurança).
"Vendemos mil unidades em 2006, 70% a mais que no ano anterior", diz Eduardo Todeschini, da Bioacess, fabricante de leitores de dedos e face. Ele diz que também é grande a demanda para instalações no lado de dentro da casa.
"Instala-se, por exemplo, no closet de uma mulher que não quer que a empregada entre lá no horário errado. Há quem instale em adegas para proteger seus vinhos de mil reais", relata Todeschini.

Livros
"Manual das Escoltas" e "Segurança Canina" são alguns dos livros que o empresário colombiano Marcelo Marciez tenta emplacar no mercado brasileiro de segurança desde julho de 2005. "O Brasil é um dos países mais violentos do mundo, um mercado maravilhoso para nós", comemora ele, em estande montado na feira.
"Prefiro não precisar o números de vendas, mas aqui é ótimo. Qualquer prédio tem vigilante. O Brasil é mais vigiado que a Colômbia, que é a capital da insegurança."
O entusiasmo é tanto que Marciez planeja lançar em português um guia anti-seqüestro, com dicas do know-how colombiano para se livrar de cativeiros. "Penso em lançar muitos outros títulos", diz ele, que oferece manuais de expressão corporal ("para reconhecer o delinqüente pelos gestos"), segurança em cassinos ("muito vendido para donos de bingos") e planos de emergência ("para detectar bombas no prédio e escapar a tempo").
Em outro corredor da feira, a empresa Dimensão oferece um aparelho de choque, camuflado como celular, para imobilizar o agressor. O produto custa cerca de R$ 150 (pode ser dividido em cinco prestações).
Até uma loja de bordados expõe na feira. A preços a partir de R$ 5, borda o logotipo do FBI ou da Swat (unidade da polícia americana) em jaquetas. A entrada da Exposec é gratuita.


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