São Paulo, sábado, 30 de maio de 2009

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Greve na USP faz museus fecharem as portas

MAC e Museu do Ipiranga, ligados à universidade, suspenderam a visitação

Turistas reclamam da falta de informações; no Museu de Arqueologia e Etnologia, cartazes de apoio à greve desencorajam visitantes


Eduardo Anizelli/Folha Imagem
O Museu Paulista (zona sul), mais conhecido como Museu do Ipiranga, está fechado da greve de servidores da USP

MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL

A greve dos servidores da USP alterou parte da programação turística da cidade de São Paulo. Desde o dia 18 o Museu Paulista (zona sul), mais conhecido como Museu do Ipiranga e mantido pela universidade, está de portas fechadas.
O mesmo ocorre com o MAC (Museu de Arte Contemporânea da USP), na Cidade Universitária (zona oeste), que, segundo funcionários, está trancado desde o começo da paralisação, no início deste mês.
"Sou contra qualquer greve porque quem paga somos nós, contribuintes", disse a médica Rita Pezzali, 51, que chegou de Porto Alegre com a filha Luiza, 18, para conhecer o Museu Paulista. Hospedadas no Morumbi, mãe e filha disseram ter gasto ontem R$ 54 de táxi para "dar com a cara na porta".
"E agora, quem me ressarce? É muito caro ser turista em São Paulo. E a informação é muito pouca. Se eles [servidores da USP] ganham pouco, não é problema nosso. Se recebem alguma coisa, é porque pagamos nossos impostos", disse Rita.
Um grupo de professores de Ribeirão Preto (314 km de SP) também estava decepcionado. "Reservamos a manhã para vir e perdemos tempo. Agora não sabemos o que vamos fazer", afirmou o professor de história André Marque, 37.
A visitação suspensa no Museu Paulista rendeu maior movimentação para o vizinho, e também ligado à USP, Museu de Zoologia, segundo um funcionário que preferiu não se identificar. De acordo com ele, os trabalhadores do local estão acompanhando as negociações da categoria e poderão fechar as portas a qualquer momento.
Já os portões do MAE (Museu de Arqueologia e Etnologia da USP), se não estão trancados, pelo menos encostados estão. Na entrada, cartazes de apoio à greve desencorajam os visitantes. Mas o museu está funcionando, ainda que timidamente -ontem pela manhã, não havia ninguém na área do acervo. Segundo funcionários, a agenda de visitação de escolas foi suspensa por volta do dia 15 e não tem previsão de retomada. "Por enquanto ninguém falou de fechar, mas acho que o pessoal está a fim de aderir [à greve]", disse um trabalhador.
Totalmente trancado está o MAC, próximo dali. Segundo um atendente, o local está sendo usado apenas para aulas.
O Paço das Artes, que fica no campus, mas não é mantido pela USP, funciona normalmente. Conforme funcionários, houve pequena queda no movimento desde o início da paralisação. Já o Centro Universitário Maria Antonia (centro) mantém as atividades, assim como a Estação Ciência (zona oeste).


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