São Paulo, domingo, 30 de maio de 2010

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ANÁLISE

Barulho se tornou a nova "música" nas cidades

IVAN DIZIOLI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Em uma manhã, você acorda com o vizinho que, ao se levantar, liga o som alto. No caminho para o trabalho, pega trânsito. Buzinas, motos, ônibus vão compondo a "música" do dia.
Chega ao escritório. Parece que todos falam ao pé do seu ouvido. Toca o telefone, alguém grita pedindo algo, e essa "música" o acompanha.
Chega em casa. Tenta assistir à TV. Mas não consegue. Tem festa no bar ao lado. Tenta dormir. Não consegue de novo. Até que você se levanta, pega uma arma, vai até o bar onde há festa e atira contra os clientes.
Não é roteiro do Tarantino.
Essa história é mais um fato que ocorreu em São Paulo. O relato poderia terminar de forma menos violenta.
Com um ataque do coração, por exemplo. Ou com você sendo atropelado porque perdeu os reflexos auditivos. Agora de quem é a culpa?
Do arquiteto que desenhou o dormitório para a rua, da construtora que economizou no material e construiu paredes finas, da prefeitura que não fiscaliza o bar ou da própria pessoa que tem sensibilidade auditiva maior?
Não importa a culpa. O que precisamos mesmo é de respeito mútuo.

IVAN DIZIOLI é engenheiro de telecomunicações com especialização em acústica


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