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ANÁLISE
Barulho se tornou a nova "música" nas cidades
IVAN DIZIOLI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Em uma manhã, você
acorda com o vizinho que, ao
se levantar, liga o som alto.
No caminho para o trabalho, pega trânsito. Buzinas,
motos, ônibus vão compondo a "música" do dia.
Chega ao escritório. Parece
que todos falam ao pé do seu
ouvido. Toca o telefone, alguém grita pedindo algo, e
essa "música" o acompanha.
Chega em casa. Tenta assistir à TV. Mas não consegue. Tem festa no bar ao lado. Tenta dormir. Não consegue de novo. Até que você se
levanta, pega uma arma, vai
até o bar onde há festa e atira
contra os clientes.
Não é roteiro do Tarantino.
Essa história é mais um fato
que ocorreu em São Paulo.
O relato poderia terminar
de forma menos violenta.
Com um ataque do coração,
por exemplo. Ou com você
sendo atropelado porque
perdeu os reflexos auditivos.
Agora de quem é a culpa?
Do arquiteto que desenhou o
dormitório para a rua, da
construtora que economizou
no material e construiu paredes finas, da prefeitura que
não fiscaliza o bar ou da própria pessoa que tem sensibilidade auditiva maior?
Não importa a culpa. O
que precisamos mesmo é de
respeito mútuo.
IVAN DIZIOLI é engenheiro de
telecomunicações com especialização em acústica
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