São Paulo, domingo, 30 de maio de 2010

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FOCO

Assédio é frequente, afirma dançarina de televisão

AUDREY FURLANETO
DO RIO

Um homem ou mulher se aproxima e entrega um cartão de visitas com telefone. É a forma mais frequente de abordagem para tentar um "programa de luxo", conta Nicole Bahls, uma das "panicats" (dançarinas de palco e personagens do "Pânico na TV!", da Rede TV!).
Aos 24 anos e escalada para estampar a "Playboy" de agosto ou setembro, ela já recebeu "quatro ou cinco propostas" diretas ou feitas por "intermediários".
"Alguém aborda e entrega um cartão. "Vou deixar meu cartão e você me liga." Vai deixar cartão para quê, entende? Que relação é essa?", questiona.
Ex-dançarina e atriz do "Pânico", Regiane Brunnquell, 27, deixou o programa há cerca de um ano. Interpretava a personagem "Sandy Capetinha", versão sexy e engraçada da cantora Sandy.
Formada em administração, ela conta que ouviu incontáveis propostas, mas, "por uma questão de postura", nunca aceitou. "Já recebi umas do tipo: fui fazer evento e o filho de um governador mandou uma pessoa perguntar o que eu gostaria de jantar. E não: "Quanto é?" Essa coisa vulgarizada, não."
Regiane deixou o "Pânico" na tentativa de ser apresentadora de um programa próprio, para adolescentes. Hoje, faz participações no SBT e em eventos a convite.
Para Nicole Bahls, as investidas e propostas são "o resultado de ter um trabalho de biquíni". "As pessoas julgam. A exposição do corpo ainda não é uma coisa natural", avalia.
"Uma vez, [a pergunta] foi bem direta: "Qual é o valor?". Eu já tinha passado por uma situação, tinha ficado chocada e levei na brincadeira: "É um milhão!". Também digo: "Quanto é que sua mãe está cobrando?'"
Ela conta que a maioria das propostas vem de empresários "que querem aparecer". "Não vou citar nomes, né, amiga?"


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