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FOCO
Assédio é frequente, afirma dançarina de televisão
AUDREY FURLANETO
DO RIO
Um homem ou mulher se
aproxima e entrega um cartão de visitas com telefone. É
a forma mais frequente de
abordagem para tentar um
"programa de luxo", conta
Nicole Bahls, uma das "panicats" (dançarinas de palco e
personagens do "Pânico na
TV!", da Rede TV!).
Aos 24 anos e escalada para estampar a "Playboy" de
agosto ou setembro, ela já recebeu "quatro ou cinco propostas" diretas ou feitas por
"intermediários".
"Alguém aborda e entrega
um cartão. "Vou deixar meu
cartão e você me liga." Vai
deixar cartão para quê, entende? Que relação é essa?",
questiona.
Ex-dançarina e atriz do
"Pânico", Regiane Brunnquell, 27, deixou o programa
há cerca de um ano. Interpretava a personagem "Sandy
Capetinha", versão sexy e engraçada da cantora Sandy.
Formada em administração, ela conta que ouviu incontáveis propostas, mas,
"por uma questão de postura", nunca aceitou. "Já recebi
umas do tipo: fui fazer evento
e o filho de um governador
mandou uma pessoa perguntar o que eu gostaria de jantar. E não: "Quanto é?" Essa
coisa vulgarizada, não."
Regiane deixou o "Pânico"
na tentativa de ser apresentadora de um programa próprio, para adolescentes. Hoje, faz participações no SBT e
em eventos a convite.
Para Nicole Bahls, as investidas e propostas são "o
resultado de ter um trabalho
de biquíni". "As pessoas julgam. A exposição do corpo
ainda não é uma coisa natural", avalia.
"Uma vez, [a pergunta] foi
bem direta: "Qual é o valor?".
Eu já tinha passado por uma
situação, tinha ficado chocada e levei na brincadeira: "É
um milhão!". Também digo:
"Quanto é que sua mãe está
cobrando?'"
Ela conta que a maioria
das propostas vem de empresários "que querem aparecer". "Não vou citar nomes,
né, amiga?"
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