São Paulo, segunda-feira, 30 de maio de 2011

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Edições raras de "O Tico-Tico" somem no Rio

Primeiros exemplares da revista, marco das histórias em quadrinhos no país, foram furtados há cerca de um ano

Revista estava na Biblioteca Nacional, que diz não ter divulgado caso por orientação da Polícia Federal

DO RIO

As edições de estreia da primeira revista em quadrinhos que circulou no Brasil foram furtadas há um ano da Biblioteca Nacional, no Rio.
O desaparecimento dos dois exemplares inaugurais de "O Tico-Tico", publicados em 1905, está sendo investigado pela Polícia Federal.
A informação, revelada ontem pelo jornal "O Globo", foi confirmada pela assessoria de imprensa da Fundação Biblioteca Nacional. De acordo com o órgão, o crime, ocorrido em maio de 2010, não foi divulgado por orientação da própria polícia.
A reportagem não conseguiu contato com a Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, responsável pela investigação.
A revista circulou semanalmente entre 1905 e 1957, quando passou a ter edições especiais até 1977. A publicação apresentou para as crianças no Brasil personagens como Mickey Mouse, Popeye e Gato Félix.

LEITOR ILUSTRE
Entre os leitores mirins estava o então garoto Carlos Drummond de Andrade, que escreveu sobre a importância da revista no aniversário de 50 anos de "O Tico-Tico".
O presidente da Biblioteca Nacional à época do furto, Muniz Sodré, afirmou que o suspeito do crime foi preso, apesar de as revistas ainda não terem sido localizadas.
Trata-se de Leonardo Jorge da Silva, que foi detido por outro caso: ele mantinha em casa a tela "Enterro", de Cândido Portinari, furtada do Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco.
Segundo "O Globo", a investigação ainda não foi concluída. A Folha não localizou os advogados do acusado.
Segundo Sodré, o suspeito foi identificado pelas câmeras instaladas na biblioteca.
O reforço na segurança na instituição começou em 2005, depois da descoberta do furto de 991 fotografias. Até hoje, apenas 101 foram recuperadas. O caso gerou multa do TCU (Tribunal de Contas da União) de R$ 36 mil contra a direção da Biblioteca Nacional.


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