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Escutas revelam o novo plano do PCC
Cinco agentes de prisão em Presidente Venceslau, onde está parte da liderança do grupo, são os alvos dos criminosos
Tropa de Choque entrou na penitenciária de Presidente Bernardes para conter tumulto e apreendeu facas improvisadas feitas de vidro
L.C. Leite/Folha Imagem
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Diante da falta de funcionários, agentes do GIR fazem guarda no CDP de Parelheiros, em São Paulo |
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM PRESIDENTE PRUDENTE
Escutas telefônicas obtidas
pela polícia de São Paulo revelaram a existência de um plano
do PCC (Primeiro Comando da
Capital) para matar cinco funcionários da Penitenciária 2 de
Presidente Venceslau (620 km
de SP), onde estão isolados cerca de 400 líderes da facção.
Logo após a descoberta do
plano, o Comando Geral da Polícia Militar começou a preparar uma ação para tentar se antecipar ao ataque. O ônibus que
transporta os agentes só circula
com escolta desde segunda.
Desde 11 de maio, um dia antes do início da onda de ataques
do PCC contra as forças de segurança, lideranças da facção
estão na P2, onde são submetidas a um regime rigoroso: têm
direito a uma hora de banho de
sol por dia, só recebem visitas
dentro das celas e ficam sob a
mira constante de armas.
A ordem do PCC para matar
os cinco funcionários da P2 seria uma forma de represália ao
regime imposto no presídio e
de vingar a morte de 13 pessoas
que, na segunda, foram surpreendidas pela polícia minutos antes de uma pretensa tentativa de ataque contra agentes
prisionais em São Bernardo.
A determinação para os assassinatos partiu, segundo autoridades de Presidente Venceslau ouvidas ontem pela Folha, de dentro da própria prisão
onde trabalham os agentes.
A direção do presídio reuniu
ontem à noite todos os funcionários para traçar uma estratégia de segurança. Havia duas
hipóteses de ação: uma seria fazer com que os agentes seguissem uma rotina e fossem "iscas" para que a PM agisse. A outra seria a remoção de agentes e
seus parentes da região.
Facas em Bernardes
Ontem à tarde, a Tropa de
Choque da PM entrou no CRP
(Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes, considerado uma das
prisões mais seguras do país,
para revistar celas e apreender
facas feitas com pedaços de vidro das janelas, até então tidas
como inquebráveis.
A PM foi acionada porque os
presos fizeram um tumulto em
solidariedade ao líder do PCC,
Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, isolado desde
13 de maio na unidade.
A Folha apurou que o tumulto começou por volta das
15h30, quando dois promotores chegaram ao local para ouvir Marcola sobre a morte do
bombeiro João Alberto da Costa, uma das vítimas da onda de
ataques em maio. Marcola foi
denunciado pelo Ministério
Público como mandante do crime, com base em depoimento
de um dos suspeitos. Ele não
foi ouvido, pois seus advogados
não compareceram.
Logo depois de Marcola ter
sido retirado da cela para se encontrar com os promotores, os
detentos começaram a bater
nas portas de aço e a gritar,
ameaçando os agentes.
Alguns detentos conseguiram quebrar vidros. O GIR
(Grupo de Intervenção Rápida), formado por agentes penitenciários treinados para controlar motins, começou a vistoriar as celas e recolheu alguns
pedaços de vidro. A SAP não
confirmou o tumulto.
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