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Aluno fica sem ônibus, bandejão e creche
Claudemir, 27, estudante de física, perderá provas para ficar com filha
Morador do conjunto residencial da USP relata ainda problemas estruturais, como internet inacessível
DE SÃO PAULO
A greve de funcionários da
USP, iniciada em 5 de maio,
deixou o estudante Claudemir de Andrade, 27, sem bandejão, sem creche para a filha, sem ônibus circular, sem
gás e com a rede de esgoto do
apartamento entupida.
Claudemir vive com a mulher e a filha de dois anos
num apartamento do Crusp
(conjunto de residências estudantis da USP), localizado
na Cidade Universitária.
Com uma renda familiar
de R$ 800, que recebe em um
estágio no Museu da Ciência,
o aluno de física depende do
bandejão da universidade.
Lá, uma refeição completa
(com suco e fruta de sobremesa), sai de graça para moradores do Crusp. Mas o lugar foi fechado pela greve.
"Gastamos agora R$ 150
por semana com comida." A
ida ao supermercado, porém, também é prejudicada
pela falta de ônibus circular.
Até o início deste mês, ele
recebia alimentos da USP
-por causa de um acordo,
alimentos do bandejão, comprados antes da greve, eram
distribuídos para os moradores das residências.
Contudo, em 11 de junho,
alguns moradores do Crusp
invadiram o local onde os alimentos eram guardados e os
saquearam. Eles dizem que a
USP atrasou a distribuição; a
universidade nega.
Desde então, a USP não fez
mais distribuições. "Só deram uma cesta básica que tinha 12 itens, entre eles uma
lata de sardinha", conta.
A filha, Ana Clara, também deixou de ter as cinco refeições gratuitas a que tinha
direito quando a creche central foi fechada por piquetes.
Anteontem, manifestantes
proibiram a entrada de funcionários não grevistas e de
pais de alunos. O piquete
permaneceu ontem.
Andrade e a mulher terão
de se revezar para cuidar da
filha. O que significa, até,
perder aulas e provas.
O estudante conta ainda
que os telefones do Crusp
também ficaram mudos e a
internet está inacessível. Para completar a lista dos problemas, o esgoto do prédio
onde mora entupiu. Os funcionários da manutenção estão em greve.
(TB)
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