São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 2011

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Comerciante invade loja, faz reféns e se mata no Itaim Bibi

Planet Girls foi invadida no início da tarde de ontem por homem com duas armas; um policial ficou ferido

Acuado pela polícia quando estava com refém, comerciante de 41 anos telefonou para a filha antes de se matar


CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO

REYNALDO TUROLLO JR.
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A pequena rua comercial Professor João Brito, no Itaim Bibi (zona oeste de SP), foi bloqueada por quatro horas na tarde de ontem por atiradores de elite e grupos especiais da Polícia Militar.
Cumprindo a promessa feita em janeiro, de que voltaria "para se vingar", um homem, empunhando dois revólveres, invadiu a loja de atacado Planet Girls, fez pelo menos 15 reféns e se matou com um tiro na cabeça.
Pedro Jorge Saraiva, 41, revendia produtos da marca em Poços de Caldas (MG), mas perdeu a representação.
Ele chegou ao local por volta das 12h, agarrou uma mulher que saía do loja e levou-a para dentro. Em seguida, segundo os reféns, gritou que sua vida "tinha acabado" e que mataria todos.
"Eu me joguei ao chão, embaixo da mesa, e ele começou a atirar", disse a funcionária Juliana Teodoro, 28.
Saraiva foi, então, para o primeiro andar, ainda agarrado a Ivanete Almeida, 34.
Os reféns fugiram pouco a pouco. Cerca de 20 minutos depois, a polícia chegou.
Acuado, Saraiva ligou para a filha, de 14 anos, contou a mulher dele, Adriana Saraiva, 36. "Ele disse: "Fica calma, o pai te ama e está bem'". O lojista se trancou numa sala com Ivanete e atirou no próprio queixo. Uma das armas estava em seu nome.
"Ninguém sabia o motivo daquilo. Um policial levou um tiro [teve ferimento leve] quando foi conversar com ele", disse o tenente-coronel Walmir Martini.
"Ele falava que ia me matar e se matar", conta a refém. "Eu consegui me soltar quando ele atirou."
Adriana, mulher de Saraiva, diz que o casal revendeu a marca Planet Girls por nove anos até que, em 2009, perdeu a representação "sem nenhuma explicação".
A assessoria da empresa afirmou que não falaria sobre questões contratuais. Disse apenas que vai apoiar as investigações da polícia.


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