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TRANSPORTE
Para tucano, proposta do banco, em que ações de empresas do governo seriam dadas como garantia, prejudicava Estado
Alckmin veta financiar metrô via BNDES
GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA
LUCIANA BRAFMAN
DA SUCURSAL DO RIO
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), suspendeu a negociação com o BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para
um empréstimo de R$ 394 milhões destinado às obras da linha
2 do metrô. O governador, que esteve ontem no Rio, alega que as
condições propostas pelo banco
federal são prejudiciais ao Estado.
No ano passado, um financiamento fora praticamente acertado com o ex-presidente do
BNDES Carlos Lessa, tendo por
base a Taxa de Juros de Longo
Prazo (TJLP), atualmente em
9,75% ao ano. O atual presidente
do banco, Guido Mantega, propôs uma espécie de capitalização
do metrô, dando como garantia
ações negociáveis de empresas da
carteira do governo. Para Alckmin, essa opção pode representar
prejuízo para o Estado.
Mantega disse que a proposta
era a única permitida pela legislação do Banco Central. Ele afirmou
que, inicialmente, os técnicos do
governo estadual a aceitaram.
Agora, para concluir a obra até
setembro de 2006, às vésperas da
eleição, Alckmin disse que terá de
"apertar o cinto". O governador
afirmou que pretende usar recursos do Estado para concluir três
novas estações da linha 2 (Chácara Klabin, Imigrantes e Ipiranga),
estendendo a rota que hoje vai da
Vila Madalena à Ana Rosa.
Se concluídas a tempo, as obras,
que começaram em março do ano
passado, servirão como um cartão de visitas para uma possível
campanha de Alckmin à Presidência da República.
O secretário da Casa Civil, Arnaldo Madeira, disse que o Metrô
tem R$ 444 milhões no orçamento deste ano para a obra. "Para o
ano que vem, em vez de fazer alguma obra que esteja prevista, algum gasto adicional, a gente vai
segurar para fazer a obra."
Garantias
Alckmin argumentou que as
ações dadas em garantia poderiam se valorizar muito mais do
que o valor do empréstimo, e ele
seria cobrado, mais tarde, por ter
feito um mau negócio para o Estado. As ações que seriam dadas em
garantia eram as da Cesp (Companhia Energética de São Paulo) e
da CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista), sendo que esta última pode
ser privatizada e tem condições de
alta valorização, diz Alckmin.
Madeira afirmou que o BNDES
nunca havia feito uma exigência
semelhante para financiar obras
do Estado.
Colaborou VICTOR RAMOS, da Reportagem Local
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