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ACIDENTE
Pedro, 89, atravessava com a filha Janete, 66, na faixa de pedestres; segundo testemunhas, garoto estava em alta velocidade
Jovem de 16 mata idosos com o carro da mãe
LÍVIA SAMPAIO
DO "AGORA"
O aposentado Pedro Bordin, 89,
e sua filha, a dona-de-casa Janete
Bordin de Veras, 66, morreram
anteontem à noite, em Osasco
(Grande SP), após serem atropelados por um adolescente de 16
anos que dirigia o carro da mãe.
As duas vítimas atravessavam
pela faixa de pedestres da avenida
dos Autonomistas com a rua Primitiva Vianco, por volta das
21h30, quando o Gol prata ano
1999, conduzido pelo garoto,
avançou o sinal vermelho e os
atropelou.
Pai e filha voltavam a pé para a
casa de um culto evangélico. Testemunhas disseram, em depoimento, que o jovem estava em alta velocidade na hora do acidente.
O aposentado morreu na hora.
A filha chegou a ser socorrida no
hospital Cruzeiro do Sul, também
em Osasco, mas não resistiu aos
ferimentos e morreu logo depois.
Viúvo, com três filhas, sete netos e
nove bisnetos, Pedro morava com
a filha Janete, o marido dela e um
dos netos.
A mãe do adolescente afirmou
que o garoto jamais havia pego o
carro. "Foi a primeira vez e aconteceu essa tragédia", disse. À polícia, o adolescente afirmou que pegou o veículo escondido de sua família. O carro passou por perícia
na tarde de ontem.
Os vizinhos do adolescente desmentiram a versão da mãe à polícia. "Eles [os pais] são os mais irresponsáveis, pois estavam cientes e não fizeram nada", disse um
vizinho de 19 anos que não quis se
identificar. Um outro jovem da vizinhança, de 17 anos, afirmou que
Gabriel pegava o carro da família
quase que diariamente.
Ontem, o adolescente teria uma
audiência com um juiz da Vara da
Infância e da Juventude que decidiria se ele seria encaminhado ou
não à Febem (Fundação Estadual
do Bem-Estar do Menor).
Muito cauteloso
Pedro e a filha foram enterrados
ontem, às 17h, no Cemitério Bela
Vista, em Osasco, após um culto
evangélico. Familiares contaram
que Pedro, apesar da idade avançada, era um homem muito lúcido. "Ele fazia tudo sozinho, andava para lá e para cá de ônibus. Era
muito cauteloso. Nunca atravessava fora da faixa", afirmou ontem o policial Ricardo Oliveira,
33, neto do aposentado.
No velório, familiares se queixaram da irresponsabilidade dos
pais do adolescente. A neta do
aposentado, a comerciante Elaine
Aparecida Pereira Andreotti, 42,
acha impossível o rapaz ter tirado
o carro de casa sem que os pais
notassem. "Será que eles não ouviram o barulho? Ele saiu antes
das 21h", questionou.
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