São Paulo, sábado, 30 de julho de 2005

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ACIDENTE

Pedro, 89, atravessava com a filha Janete, 66, na faixa de pedestres; segundo testemunhas, garoto estava em alta velocidade

Jovem de 16 mata idosos com o carro da mãe

LÍVIA SAMPAIO
DO "AGORA"

O aposentado Pedro Bordin, 89, e sua filha, a dona-de-casa Janete Bordin de Veras, 66, morreram anteontem à noite, em Osasco (Grande SP), após serem atropelados por um adolescente de 16 anos que dirigia o carro da mãe.
As duas vítimas atravessavam pela faixa de pedestres da avenida dos Autonomistas com a rua Primitiva Vianco, por volta das 21h30, quando o Gol prata ano 1999, conduzido pelo garoto, avançou o sinal vermelho e os atropelou.
Pai e filha voltavam a pé para a casa de um culto evangélico. Testemunhas disseram, em depoimento, que o jovem estava em alta velocidade na hora do acidente.
O aposentado morreu na hora. A filha chegou a ser socorrida no hospital Cruzeiro do Sul, também em Osasco, mas não resistiu aos ferimentos e morreu logo depois. Viúvo, com três filhas, sete netos e nove bisnetos, Pedro morava com a filha Janete, o marido dela e um dos netos.
A mãe do adolescente afirmou que o garoto jamais havia pego o carro. "Foi a primeira vez e aconteceu essa tragédia", disse. À polícia, o adolescente afirmou que pegou o veículo escondido de sua família. O carro passou por perícia na tarde de ontem.
Os vizinhos do adolescente desmentiram a versão da mãe à polícia. "Eles [os pais] são os mais irresponsáveis, pois estavam cientes e não fizeram nada", disse um vizinho de 19 anos que não quis se identificar. Um outro jovem da vizinhança, de 17 anos, afirmou que Gabriel pegava o carro da família quase que diariamente.
Ontem, o adolescente teria uma audiência com um juiz da Vara da Infância e da Juventude que decidiria se ele seria encaminhado ou não à Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor).

Muito cauteloso
Pedro e a filha foram enterrados ontem, às 17h, no Cemitério Bela Vista, em Osasco, após um culto evangélico. Familiares contaram que Pedro, apesar da idade avançada, era um homem muito lúcido. "Ele fazia tudo sozinho, andava para lá e para cá de ônibus. Era muito cauteloso. Nunca atravessava fora da faixa", afirmou ontem o policial Ricardo Oliveira, 33, neto do aposentado.
No velório, familiares se queixaram da irresponsabilidade dos pais do adolescente. A neta do aposentado, a comerciante Elaine Aparecida Pereira Andreotti, 42, acha impossível o rapaz ter tirado o carro de casa sem que os pais notassem. "Será que eles não ouviram o barulho? Ele saiu antes das 21h", questionou.


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