Nova malha aérea começa a funcionar, com mais de 50 transferências de vôos de Congonhas para Guarulhos (Grande SP)

As empresas TAM e Gol também anunciaram cancelamentos e mudanças de horários das viagens em vigor a partir desta segunda

DA REPORTAGEM LOCAL

O sistema aeroviário de São Paulo passa, a partir de hoje, pela principal mudança após o acidente aéreo com o avião da TAM que matou 199 pessoas. Estão previstas mais de 50 transferências de vôos do aeroporto de Congonhas para Cumbica, em Guarulhos (SP). Acontecerão também cancelamentos e trocas de horários (veja lista completa na C3).
As mudanças devem colocar à prova a capacidade de Cumbica para absorver essas transferências. No horário de pico, o aeroporto de Guarulhos não tem como receber mais vôos. Fora das horas mais movimentadas -entre 7h e 10h e entre 21h e 23h-, conseguiria absorver até 30% a mais de aeronaves, segundo a Infraero.
O governo estima que a demanda a ser retirada de Congonhas seja entre 5 milhões e 6 milhões de passageiros ao ano (em 2006, o movimento foi de 18,5 milhões).
Cumbica conseguiria abrigar 4 milhões a mais, segundo previsões da Infraero. Mas especialistas ouvidos pela Folha têm dúvidas em relação à viabilidade imediata de Cumbica e apontam o risco de o aeroporto repetir os problemas de Congonhas. Um dos problemas seria o terminal de passageiros, que não teria sido projetado para essa operação.

Mudanças
A partir desta segunda, a TAM anunciou a transferência de 30 vôos para Cumbica. Entre eles, estão viagens com destino ou origem em Joinville, Navegantes, Vitória, Maceió, Maringá, Fortaleza e Porto Seguro. A empresa promoveu mudanças nos horários de 11 vôos e cancelou outros dez.
Os vôos com ajustes no horário são ligando Congonhas a destinos e origens como Curitiba, Belo Horizonte, Ribeirão Preto, Goiânia, Salvador e Rio de Janeiro. Os vôos cancelados são ligando Congonhas a Belo Horizonte, Uberlândia, Ribeirão Preto, Brasília e São José do Rio Preto.
A Gol também anunciou mudanças em 24 vôos -22 em vigor a partir de hoje e 2 a partir de amanhã- que tinham sua origem ou destino em Congonhas, em São Paulo, e o cancelamento de outros 12 vôos que partem e chegam ao aeroporto.
Segundo o diretor de Operações da Infraero, Rogério Barzellay, as mudanças representam uma "malha provisória" para se adaptar às restrições de Congonhas. A nova configuração de vôos ainda tem de ser aprovada pela Anac.
O governo federal acertou com as empresas que Congonhas operará com apenas seis rotas: Rio, Porto Alegre, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e interior de SP.


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