São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 2008

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Justiça do Rio decreta prisão de PMs pela morte de João Roberto

Juiz aceitou a denúncia da Promotoria de homicídio duplamente qualificado contra 2 policiais, que já estão presos temporariamente

Para magistrado, liberdade do cabo e do soldado poderia atrapalhar processo e desencorajar testemunhas a colaborarem com a Justiça


LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE, NO RIO

O Tribunal de Justiça do Rio decretou ontem a prisão preventiva dos dois policiais militares envolvidos na morte de João Roberto Amorim Soares, 3, ocorrida no dia 6, na Tijuca (zona norte). O cabo William de Paula e o soldado Elias Gonçalves da Costa Neto já estão presos temporariamente desde o dia 9 no Batalhão Especial Prisional, em Benfica.
Os PMs confundiram o carro onde Alessandra Amaral levava os dois filhos com um veículo de supostos assaltantes. Dispararam contra o carro, atingindo com três tiros João Roberto, que morreu no dia seguinte.
O juiz Daniel Schiavoni Miller, do 2º Tribunal do Júri do Rio, recebeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público contra Costa Neto e De Paula e decretou a prisão preventiva dos dois por homicídio duplamente qualificado -impossibilidade de defesa e meio que resulta perigo para as vítimas.
O promotor Paulo Rangel, autor da denúncia, classificou os policiais de covardes. Ele afirmou ainda que imagens feitas por um prédio na rua do crime deixam claro que não havia perseguição nem tiroteio quando os policiais atiraram. "Eles acreditavam que os criminosos estavam dentro do carro. Mas isso não os isenta de crime."
O juiz lembrou que a ação foi bastante divulgada e gerou intensa repercussão. "São [fatos] causadores de real abalo à paz e tranqüilidade junto à população desta cidade, agravando acentuadamente seu sentimento geral de insegurança."
Para o juiz, a liberdade dos dois poderia atrapalhar o processo, com a possibilidade de destruição de provas e "desencorajamento de testemunhas". O interrogatório dos policiais está marcado para o dia 6. Até lá, eles seguem presos.
A reportagem não conseguiu falar com advogados dos PMs.


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