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Particulares adiam aula, mas temem prejuízos no Enem
Decisão ocorre após governo e prefeitura prorrogarem férias para conter gripe suína
Ministério da Educação afirma que não mudará data do exame; escolas estudam fazer reposição aos sábados, domingos e feriados
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Um dia após o governo e a
prefeitura anunciarem o adiamento da volta às aulas para
tentar reduzir a transmissão da
gripe suína, muitas escolas particulares decidiram seguir a
medida. Os colégios admitem,
porém, que a medida pode prejudicar a preparação dos alunos
para vestibulares e o Enem.
A Folha consultou 50 colégios ontem e 38 deles afirmaram que adiarão a volta às aulas
(alguns para o dia 10 e outros,
para o dia 17) -posição defendida pelo sindicato da categoria. Seis manterão o calendário,
e seis ainda não decidiram.
No Bandeirantes, o adiamento para o dia 17 foi decidido ontem. As atividades retornariam
na próxima segunda. "A gente
fica assustado, não sabe direito
o que é o vírus. Agora, precisamos pensar em um plano B para evitar os prejuízos ", diz o diretor Mauro Aguiar.
"A nossa maior preocupação
é com o vestibular. No último
ano não é possível corrigir falhas de conteúdo causadas pela
perda de aulas", complementa.
O Vértice, mais bem colocado no Enem, ainda não decidiu
se adiará as aulas. "Se mantivermos as aulas e alguém da escola sofre uma tragédia por
causa da gripe, todo mundo
vem contra. Mas o Enem está
próximo", diz Adilson Garcia,
um dos diretores da escola.
Ontem, o MEC anunciou que
não vai adiar o exame, programado para 3 e 4 de outubro.
Esther Carvalho, diretora do
Rio Branco, afirma que uma
das preocupações é em relação
ao vestibular. "Temos de encontrar uma forma de repor as
aulas com qualidade. Isso é
fundamental, principalmente
para os alunos do 3º ano."
Outro problema a ser enfrentado é a reposição do período parado. As opções analisadas são aulas aos sábados,
domingos e feriados. Algumas
escolas afirmam que vão encurtar atividades, como aplicação de provas, para que haja
mais tempo para as aulas. Outras dizem que darão exercícios
pela internet (como Magno,
Santa Maria e Bandeirantes).
"As escolas terão liberdade
para se reprogramarem", afirmou o presidente do Conselho
Estadual da Educação, Arthur
Fonseca Filho, órgão que normatiza o sistema de ensino.
A Lei de Diretrizes e Bases
determina que os alunos devem ter ao menos 200 dias letivos ao ano. "Como é uma situação emergencial, as escolas poderão compensar a eventual
perda de dias com outras atividades, pela internet, por exemplo", disse. O órgão deve editar
uma norma nos próximos dias.
Por causa dos vestibulares,
os cursinhos COC e Etapa decidiram manter as aulas.
Já o Anglo vai suspender as
aulas por ao menos uma semana. "A orientação é que os alunos estudem em casa nesta semana", afirmou Nicolau Marmo, coordenador do cursinho.
Depois de USP, Unesp e Unicamp terem anunciado o adiamento das aulas, ontem outras
instituições de ensino superior
em SP tomaram a mesma medida. Foi o caso da Unifesp,
UFSCar, da FGV e da PUC.
Veja lista das escolas que
adiaram as aulas
www.folha.com.br/092109
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