São Paulo, quinta-feira, 30 de julho de 2009

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Particulares adiam aula, mas temem prejuízos no Enem

Decisão ocorre após governo e prefeitura prorrogarem férias para conter gripe suína

Ministério da Educação afirma que não mudará data do exame; escolas estudam fazer reposição aos sábados, domingos e feriados

DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um dia após o governo e a prefeitura anunciarem o adiamento da volta às aulas para tentar reduzir a transmissão da gripe suína, muitas escolas particulares decidiram seguir a medida. Os colégios admitem, porém, que a medida pode prejudicar a preparação dos alunos para vestibulares e o Enem.
A Folha consultou 50 colégios ontem e 38 deles afirmaram que adiarão a volta às aulas (alguns para o dia 10 e outros, para o dia 17) -posição defendida pelo sindicato da categoria. Seis manterão o calendário, e seis ainda não decidiram.
No Bandeirantes, o adiamento para o dia 17 foi decidido ontem. As atividades retornariam na próxima segunda. "A gente fica assustado, não sabe direito o que é o vírus. Agora, precisamos pensar em um plano B para evitar os prejuízos ", diz o diretor Mauro Aguiar.
"A nossa maior preocupação é com o vestibular. No último ano não é possível corrigir falhas de conteúdo causadas pela perda de aulas", complementa.
O Vértice, mais bem colocado no Enem, ainda não decidiu se adiará as aulas. "Se mantivermos as aulas e alguém da escola sofre uma tragédia por causa da gripe, todo mundo vem contra. Mas o Enem está próximo", diz Adilson Garcia, um dos diretores da escola.
Ontem, o MEC anunciou que não vai adiar o exame, programado para 3 e 4 de outubro. Esther Carvalho, diretora do Rio Branco, afirma que uma das preocupações é em relação ao vestibular. "Temos de encontrar uma forma de repor as aulas com qualidade. Isso é fundamental, principalmente para os alunos do 3º ano."
Outro problema a ser enfrentado é a reposição do período parado. As opções analisadas são aulas aos sábados, domingos e feriados. Algumas escolas afirmam que vão encurtar atividades, como aplicação de provas, para que haja mais tempo para as aulas. Outras dizem que darão exercícios pela internet (como Magno, Santa Maria e Bandeirantes).
"As escolas terão liberdade para se reprogramarem", afirmou o presidente do Conselho Estadual da Educação, Arthur Fonseca Filho, órgão que normatiza o sistema de ensino.
A Lei de Diretrizes e Bases determina que os alunos devem ter ao menos 200 dias letivos ao ano. "Como é uma situação emergencial, as escolas poderão compensar a eventual perda de dias com outras atividades, pela internet, por exemplo", disse. O órgão deve editar uma norma nos próximos dias.
Por causa dos vestibulares, os cursinhos COC e Etapa decidiram manter as aulas.
Já o Anglo vai suspender as aulas por ao menos uma semana. "A orientação é que os alunos estudem em casa nesta semana", afirmou Nicolau Marmo, coordenador do cursinho.
Depois de USP, Unesp e Unicamp terem anunciado o adiamento das aulas, ontem outras instituições de ensino superior em SP tomaram a mesma medida. Foi o caso da Unifesp, UFSCar, da FGV e da PUC.


Veja lista das escolas que adiaram as aulas

www.folha.com.br/092109


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