São Paulo, sábado, 30 de julho de 2011

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Apagão foi causado por alarme falso, diz empresa

Para secretário, sistema da CTEEP é envelhecido

EDUARDO GERAQUE
JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO

O apagão que deixou 680 mil pessoas sem luz anteontem em São Paulo foi provocado por um "alarme falso" dentro da subestação Milton Fornasaro, o que levou o governo de São Paulo a criticar duramente a CTEEP, empresa responsável pelo serviço.
O problema deixou às escuras por quase uma hora parte das zonas sul e oeste da capital no início da noite e afetou até os trens do metrô.
"Não houve curto-circuito, problemas em equipamentos", diz Celso Cerchiari, diretor de operações da CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista), empresa privatizada em 2006, que transmite energia para a cidade.
Segundo ele, o sistema de proteção da unidade entendeu, de forma errada, que havia algum problema físico. E, assim, "desligou os transformadores de maneira automática", afirma Cerchiari.
Para o secretário de Estado de Energia, José Aníbal, o episódio é semelhante ao protagonizado pela empresa em fevereiro -mas na subestação Bandeirantes- e mostra falta de investimentos.
"Se o alarme foi falso, qual é a indicação: que o sistema de proteção aos transformadores é um sistema envelhecido, atrasado. Mostra que não houve investimentos."
Para ele, a CTEEP tem de ser severamente multada porque não há razão para não ter investido nos sistemas de segurança. "Essa empresa tem um lucro espetacular. Faturou no ano passado R$ 2,2 bilhões e teve um lucro líquido de R$ 800 milhões."
Apesar de Aníbal defender multa pesada, a prerrogativa de autuar é da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Em nota, a agência disse que apenas depois da chamada "reunião de análise de perturbações" poderá decidir se aplicará uma multa.
O encontro, que reunirá também o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e a Eletropaulo, deve ocorrer em até 15 dias.
A capital é alimentada por 16 subestações. O gargalo está exatamente na zona sul, diz Cerchiari. A usina Piratininga 2, que deverá aliviar o fluxo de transmissão de energia para a Eletropaulo, é prometida para o início de 2012.
"Estamos trabalhando a todo o vapor para entregar pelo menos uma parte dela até o fim do ano", afirma.


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