São Paulo, Sexta-feira, 30 de Julho de 1999 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VISTORIA Operação foi feita só na parte "nobre" do bairro Blitz em bares do Jardim Ângela recebe denúncia contra regional
ANTONINA LEMOS da Reportagem Local A primeira megablitz da Prefeitura de São Paulo no Jardim Ângela, zona sul, um dos bairros mais violentos da cidade, acabou recebendo uma denúncia de irregularidade contra a Administração Regional de Campo Limpo. Antônio Rodrigues Alves, funcionário da obra do bingo San Remo, na estrada do M"Boi Mirim, disse ao diretor do Contru, Carlos Alberto Venturelli, que a obra estava sendo "assessorada" por dois funcionários da Regional de Campo Limpo. O funcionário fez essa declaração ao ser interrogado sobre onde estava a planta da obra. "Está tudo certo, temos até o apoio de dois funcionários da regional, os engenheiros Miriam e Ivan" disse. O diretor do Contru falou que comunicaria o fato ao prefeito Celso Pitta. "Isso é irregular, precisamos apurar", disse Venturelli. O administrador regional de Campo Limpo, Antônio Carlos Ganem, disse que iria apurar a denúncia. Ele admitiu que tem dois funcionários com esse nome. "Mas preciso saber o sobrenome e apurar os fatos", disse. A blitz organizada pela prefeitura é formada por funcionários de várias secretarias e tem feito vistorias em pontos comerciais, principalmente bares e restaurantes, desde a semana retrasada. Os fiscais se limitaram ontem à região considerada menos violenta do Jardim Ângela, o largo Ângela e a avenida M"Boi Mirim. Cinco estabelecimentos foram interditados pela prefeitura. Na padaria Baroneza, no largo, a Semab (Secretaria Municipal de Abastecimento) encontrou baratas vivas no meio de uvas passas. A padaria também apresentava alimentos malconservados e fios desencapados. O local foi interditado pelo Contru e pela Semab. O bar e lanchonete SP1 também foi interditado pelos dois órgãos. O bar e mercearia Casa do Norte Dunga foi interditado pela Semab. Os fiscais encontraram animais, como um papagaio, próximos aos locais onde as comidas estavam guardadas. A padaria Tangará também foi interditada pelo Contru e pela Semab. Segundo Antonella Scholodtnam, veterinária da Semab, a padaria "não apresentava mínimas condições de higiene". O quinto ponto interditado foi a CCP Móveis, que tinha problemas no equipamento elétrico. Cerca de 30 fiscais participaram da blitz no Jardim Ângela. Eles foram acompanhados por três carros da Guarda Civil Metropolitana. O coronel Emílio Korrouski Guimarães, comandante-geral da guarda, acompanhou, pela primeira vez, uma megablitz da prefeitura. "Não vim ao Jardim Ângela por ser um lugar perigoso. Esse é um bairro como qualquer outro da cidade. Só vim observar como está a operação", disse o coronel. Segundo Venturelli, os fiscais continuarão vistoriando estabelecimentos na periferia. "A idéia do prefeito é que a gente cubra toda a cidade. Ainda vamos voltar ao Jardim Ângela, não vamos ficar só por aqui". disse. Texto Anterior: 3 ficam feridos em tentativa de assalto Próximo Texto: Moradores se surpreendem com blitz Índice |
|